Redação Pragmatismo
Jair Bolsonaro 12/Abr/2023 às 11:30 COMENTÁRIOS
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Voto de Nunes Marques surpreende e Bolsonaro amarga derrota unânime no TSE

Publicado em 12 Abr, 2023 às 11h30

Bolsonaro perdeu por unanimidade recurso contra Alexandre de Moraes no TSE. Até ministro Nunes Marques, indicado pelo ex-presidente, votou contra o recurso

Voto Nunes Marques surpreende Bolsonaro amarga derrota unânime TSE
(Imagem: Felipe Sampaio | STF)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu por unanimidade, nesta terça- feira (11), negar o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de suspeição do ministro Alexandre de Moraes no caso que investiga abuso de poder no uso dos palácios do Planalto e da Alvorada para fazer lives durante o período eleitoral. Seguiram o relator, Ricardo Lewandowski, que se aposentou nesta terça-feira (11), os ministros Benedito Gonçalves, Carlos Horbach, Cármen Lúcia, Raul Araújo, Sérgio Banhos e Kassio Nunes Marques.

Nunes Marques, que foi indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por Bolsonaro em 2020, assumiu o lugar de Lewandowski. Moraes, que preside a Corte, não votou. Declarou-se impedido por ser alvo da ação.

A amarga derrota unânime foi o primeiro teste de Bolsonaro no TSE desde que retornou ao Brasil.

O pedido pela suspeição de Moraes foi motivado por um gesto do ministro associado à degola numa sessão do tribunal ocorrida em 27 de setembro de 2022. A cena captada pelas câmeras da TV Justiça foi alvo de questionamentos por bolsonaristas.

Naquela ocasião, a Corte julgava a possibilidade de Bolsonaro fazer lives de cunho eleitoral nas dependências do Palácio da Alvorada e do Planalto. O ministro Nunes Marques desempatou, por 4 a 3, o julgamento sobre o caso, mantendo a proibição a Bolsonaro para a realização de lives nos palácios, por isonomia em relação aos demais candidatos.

Voto Nunes Marques surpreende Bolsonaro amarga derrota unânime TSE
Alexandre de Moraes faz gesto de degola durante sessão do TSE (Imagem: Reprodução)

O gesto de Moraes, porém, segundo os advogados de Bolsonaro “indicou uma conduta que reflete uma ausência de imparcialidade” e “apto a revelar comportamento processual legalmente inadmissível”, apontaram. O que foi contestado pelos ministros do TSE.

O próprio Nunes Marques afirmou que o gesto não tinha “sequer relação com o julgamento ocorrido”. “Tenho que o objetivo da presente ação é apenas o de criar um fato político com o reprovável propósito de tumultuar o processo eleitoral”, afirmou.

Na época, de acordo com informações de O Globo, o gesto de Moraes teria sido direcionado para brincar com um assessor que estava no plenário do TSE e havia demorado para passar a ele uma informação. Publicamente, porém, Moraes nunca se manifestou a respeito do recurso de Bolsonaro e nem esclareceu o sentido do gesto.

Leia também: Glenn Greenwald sugere que Alexandre de Moraes é autoritário ao evitar escalada golpista

O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, já havia proibido Bolsonaro de fazer lives de cunho eleitoral nos palácios do Planalto e da Alvorada em junho do ano passado. Em sua decisão, o magistrado também definiu que a campanha de Bolsonaro não poderia utilizar imagens feitas em imóveis públicos.

A decisão de Gonçalves veio do pedido feito pela coordenação jurídica da campanha de Ciro Gomes (PDT), feito pelos advogados Walber Agra e Ezikelly Barros, que argumentaram que o até então candidato à reeleição estava fazendo transmissões ao vivo, valendo-se do acesso a prédios públicos, para pedir voto.

No ano passado o ministro Lewandowski já havia negado pedido de impedimento de Moraes sobre o caso. Bolsonaro recorreu, mas, perdeu novamente em julgamento virtual. O ex-presidente alegou que Alexandre de Moraes revelou “comportamento parcial” ao passar o dedo pelo pescoço, lembrando uma degola, durante a votação que confirmou o veto ao uso dos palácios para transmissão de lives no período eleitoral.

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Nas redes sociais, internautas celebraram a derrota de Bolsonaro no tribunal e ironizaram a vitória garantida com o voto de “até Nunes Marques”.

Com CartaCapital, Congresso em Foco e RBA

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