Redação Pragmatismo
Justiça 11/Jan/2023 às 15:47 COMENTÁRIOS
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Glenn Greenwald sugere que Alexandre de Moraes é autoritário ao evitar escalada golpista

Publicado em 11 Jan, 2023 às 15h47

Juristas acreditam que as decisões de Alexandre de Moraes significam um contrapeso essencial para evitar o avanço do fascismo e a concretização de um golpe de estado no Brasil. O jornalista Glenn Greenwald, do Intercept, discorda e tem publicado ataques ao que chamou de excesso de 'poder' do ministro do STF

O jornalista americano Glenn Greenwald questionou, nesta terça-feira (10), as decisões tomadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Moraes ordenou, na terça, a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fabio Augusto Vieira, e do ex-secretário da Segurança Pública do DF, Anderson Torres, amigo pessoal da família Bolsonaro.

“Existe agora, ou já existiu, uma democracia moderna onde um único juiz exerce o poder que Alexandre de Moraes possui no Brasil. Não consigo pensar em nenhum exemplo sequer próximo?”, escreveu Glenn Greenwald nas redes sociais.

“Uma das maiores ironias da extraordinária popularidade de Moraes entre a mídia corporativa e a esquerda foi que ele serviu como ministro da Justiça, e depois foi indicado para o STF por um presidente e governo amplamente considerado na época não só ilegítimo, mas ‘golpista’”, acrescentou o editor do Intercept.

Após a publicação, Glenn foi criticado nas redes sociais. “Existe alguma democracia moderna em que as sedes do Executivo, Suprema Corte e Parlamento foram tomadas e destruídas por terrorismo doméstico com uma semana de governo? Responda, @ggreenwald. Tempos excepcionais exigem respostas excepcionais. Dentro dos marcos da legalidade”, rebateu um usuário.

“Qual é a tua, Glenn? Há alguma informação relevante a dar? O País ameaçado, à beira de um golpe, o Judiciário em recesso e vc vem criticar quem luta contra o terrorismo bolsonarista? O que se passa com você?”, questionou o jornalista Chico Pinheiro.

Decisões de Alexandre de Moraes foram fundamentais

O jurista e professor da FGV Wallace Corbo disse que as decisões de Alexandre de Moraes estão sendo essenciais para evitar uma escalada maior de atos golpistas. “Não se pode chamar de autoritária a atuação de Alexandre de Moraes quando ele tenta, de maneira enérgica, conter os movimentos golpistas”.

Corbo diz que já ouviu que Moraes “está segurando pelas unhas a democracia” e concorda com a afirmação. “A série de decisões que ele vem tomando nos últimos dois anos tem sido essencial para evitar que estivéssemos numa escalada ainda maior do golpismo.”

Hoje, o STF formou maioria para manter a decisão de Moraes de afastar o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB). A medida foi tomada pelo ministro no domingo, após os ataques golpistas.

“É importante lembrar que o ministro Alexandre de Moraes quando decide sozinho, ele decide representando o Supremo. Como a gente está vendo agora, o colegiado está referendando as decisões do ministro”.

Algumas pessoas também lembraram que as decisões de Moraes não foram importantes apenas para assegurar a normalidade democrática após os ataques aos três poderes, mas também durante a campanha eleitoral. “O governo utilizou uma máquina financeira poderosíssima para conseguir a reeleição de Bolsonaro, além de um aparato de comunicação que perpetuava informações falsas para milhões de pessoas. Alexandre de Moraes foi apenas um contrapeso que conseguiu frear apenas um pouco de toda essa estrutura”.

Relembre algumas decisões de Moraes após os ataques em Brasília:

1. Afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por 90 dias por “descaso e conivência” diante da invasão.

2. Desmonte imediato de acampamentos bolsonaristas próximos de quartéis e prisão em flagrante de seus integrantes.

3. Ordenou a prisão de Fábio Augusto Vieira, que era responsável pelo comando da PM no dia dos ataques.

4. Mandou prender Anderson Torres, então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. O Planalto foi informado que ele se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) um dia antes dos ataques.

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