Redação Pragmatismo
Direita 20/Jan/2023 às 23:15 COMENTÁRIOS
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Bolsonarista que agrediu enfermeiras é preso pela PF na Operação Lesa Pátria

Publicado em 20 Jan, 2023 às 23h15

Renan Sena, que agrediu enfermeiras, participou dos atos terroristas em Brasília no dia 8 de janeiro. Na casa do bolsonarista, a Polícia Federal apreendeu R$ 22 mil em dinheiro vivo

O bolsonarista Renan Silva Sena, ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, Família e Direito Humanos (MMFDH), é um dos presos na primeira fase da operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (20) e que mira financiadores e participantes de atos terroristas ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro.

A operação desta sexta foi ordenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que expediu oito mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão. As ordens são cumpridas no Distrito Federal e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, e Mato Grosso do Sul.

O apoiador de Jair Bolsonaro (PL) foi preso em Candangolândia, cidade-satélite de Brasíliaa e com ele a Polícia Federal encontrou R$ 22 mil em notas de dinheiro vivo.

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Nas redes sociais, ele publicou um vídeo, em 6 de janeiro, incitando atos bolsonaristas. “Temos uma grande ação esse fim de semana, uma grande manifestação”, disse na gravação.

“E não vamos recuar. Não vamos recuar. Tamo junto aí, vem pra cá, vem pra Brasília você também. Nós vamos fazer história. Nós vamos deixar um legado para nossas famílias, vamos deixar um legado para novas gerações”, continuou.

Agressão a enfermeiras

O nome da Renan já tinha aparecido em maio de 2020, quando ele agrediu duas enfermeiras durante uma manifestação dos profissionais de saúde defendendo o isolamento social na capital, na manhã do feriado do Dia do Trabalhador (1º), durante pandemia de Covid-19.

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O ato, segundo os organizadores, “era para reforçar a necessidade da população cumprir o isolamento social” e prestar homenagem aos 55 enfermeiros, técnicos e auxiliares que tinham perdido a vida para a doença até então.

Usando jaleco e máscaras, os manifestantes seguravam cruzes em referência aos mortos e erguiam cartazes com frases como “enfermagem em luto pelos profissionais vítimas da Covid-19. Fique em casa”.

Por volta das 9h30, um homem vestido de verde e amarelo – que depois foi identificado como Renan Sena – começou a filmar. Na camisa, ele estampava os dizeres “meu partido é o Brasil” e atacava os participantes.

Bolsonarista agrediu enfermeiras preso PF Operação Lesa Pátria
Renan Silva Sena, funcionário do então Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos, de Damares Alves, ficou conhecido por agredir enfermeiras durante a pandemia

Outras duas pessoas foram identificadas por participar das agressões: o empresário goiano Gustavo Gayer Machado de Araújo e a empresária Marluce de Carvalho Oliveira.

Renan era funcionário da empresa pela G4F Soluções Corporativas Ltda. Ele começou a trabalhar no Ministério da Mulher, Família e Direito Humanos em fevereiro de 2020, durante a gestão da então ministra e atual senadora eleita Damares Alves (Republicanos).

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Segundo a própria empresa que o contratou, “no final de março, ele foi afastado para trabalhar em sistema de home office, por ser grupo de risco para o coronavírus, e em abril parou de atender as chamadas do ministério”.

Ele foi desligado do cargo no dia 4 de maio de 2020, após o episódio de agressão às enfermeiras.

Calúnia contra autoridades

Renan Silva Sena também chegou a ser detido pela Polícia Civil (PCDF), em junho de 2020, por injúria e difamação, depois de divulgar um vídeo com ofensas aos presidentes da Câmara e do Senado Federal, a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao governador Ibaneis Rocha (MDB).

Na época, ele foi liberado após assinar um termo de comparecimento em juízo.

Para o delegado responsável pelo caso, Giancarlos Zualini, Sena ainda era suspeito de narrar um vídeo em que manifestantes lançavam fogos contra o STF.

O presidente do Supremo na época, ministro Dias Toffoli, apresentou representação contra ele à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República, “por ataques e ameaças à Instituição deste Supremo Tribunal Federal e ao Estado Democrático de Direito”.

Renan também participava constantemente de manifestações a favor de Bolsonaro e publicava vídeos desses momentos em suas redes sociais. Na época, ele afirmava ser “ameaçado” por órgãos de segurança, viver em uma “ditadura comunista” e chamava autoridades de “bandidos”.

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