Redação Pragmatismo
Rio de Janeiro 08/Jun/2022 às 16:53 COMENTÁRIOS
Rio de Janeiro

Com medo de atentado, vereadores que investigam Gabriel Monteiro solicitam veículos blindados

Publicado em 08 Jun, 2022 às 16h53

Seis dos sete vereadores também suspeitam que são alvos de escutas clandestinas e por isso pediram que uma varredura seja feita em seus telefones e escritórios. Na última semana, ex-assessor que denunciou Monteiro disse que temia pela própria vida; quatro dias depois, ele morreu em um acidente não esclarecido. "Gabriel Monteiro é um doente social. Só de ouvir a voz dele eu já fico com o coração acelerado e quero ficar bem longe", diz ex-assessora em novo depoimento

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Imagem: reprodução | Instagram

Seis dos sete vereadores do Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, que investigam o colega Gabriel Monteiro (PL), resolveram solicitar carros blindados à direção da Casa. O pedido foi encaminhado na última sexta-feira (3) com a alegação de que eles se sentem ameaçados e intimidados nas redes sociais por seguidores de Gabriel.

Os parlamentares suspeitam que são alvos de escutas clandestinas e por isso também pediram que uma varredura seja feita em seus telefones e escritórios.

Ex-policial militar, Monteiro ganhou fama nas redes sociais e seus seguidores somam mais de 23 milhões de pessoas. Segundo estimativas de especialistas em marketing, Gabriel lucra cerca de R$ 300 mil mensais com os vídeos que posta. O vereador é investigado, entre outras acusações, por assédios moral e sexual e manipulação de vídeos.

O medo dos parlamentares também aumentou depois que um ex-assessor de Monteiro, Vinicius Hayden Witeze, de 33 anos, morreu após um acidente de trânsito no dia 28 de maio. Ele dirigia o veículo que capotou em uma curva de uma estrada na Região Serrana fluminense. Três dias antes do acidente, Witeze prestou depoimento ao Conselho de Ética fazendo acusações ao vereador.

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A polícia não encontrou sinais de que o incidente tenha sido provocado, mas as investigações ainda não foram concluídas. Não foram divulgados os nomes dos vereadores que pediram os veículos.

O vereador Alexandre Isquierdo (União Brasil), presidente do Conselho de Ética, alegou que antes de morrer, Vinícius disse que recebia orientação para investigar outros vereadores e por isso foi pedido a varredura nos gabinetes e nos telefones.

O relator do processo, Chico Alencar (PSOL), também afirmou estar preocupado diante das ameaças de fãs. O Conselho ouviu nesta sexta-feira duas testemunhas da defesa de Monteiro. Na próxima terça-feira, 7, será a vez do empresário Rafael Sorrilha, um ex-amigo de Monteiro que agora é alvo de críticas do parlamentar.

A defesa de Gabriel Monteiro disse, em nota, que a decisão do Conselho pela varredura é mais uma prova de que alguns de seus membros estão considerando verdadeiras as declarações das testemunhas de acusação.

Ex-assessora diz que Gabriel ‘É um doente social’

A confirmação das denúncias já apresentadas na delegacia aconteceu durante depoimento ao Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio no último 31 de maio, no processo por quebra de decoro parlamentar contra o ex-policial militar.

Luiza Caroline Bezerra Batista, de 26 anos, ex-assessora do vereador Gabriel Monteiro (PL), disse que o antigo chefe praticou “assédio sexual e importunação sexual” contra ela.

“Eu respondi que sofri assédio sexual, importunação sexual. Ele é um doente social. Só de ouvir a voz dele eu já fico com o coração acelerado e quero ficar bem longe.”, comentou Luiza ao sair da sala onde prestou esclarecimentos.

O processo na Câmara pode levar à cassação do mandato do vereador. As denúncias contra Gabriel envolvem acusações de estupro, assédio sexual e vídeos forjados para a internet.

Gabriel comenta morte de ex-assessor

Presente do lado de fora da sessão do Conselho de Ética da Câmara, Gabriel Monteiro comentou sobre a morte de seu ex-assessor Vinícius Hayden Witeze, autor de uma das denúncias contra Gabriel.

“A morte do senhor Vinícius, eu lamento. Não desejo mal a ninguém, que se machuque, que tenha problemas, não quero ninguém perseguido. Não é motivo de comemoração, glória ou alegria, a morte de um jovem de 33 anos, que serviu aqui na Câmara e estava já em outras atividades. Mas insta salientar, ele morreu a princípio, por acidente, conforme o delegado falou”, comentou Gabriel.

Com Yahoo e G1

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