Redação Pragmatismo
Barbárie 24/Mar/2021 às 11:54 COMENTÁRIOS
Barbárie

Médicas dizem que Henry Borel chegou no hospital com lesões externas

Publicado em 24 Mar, 2021 às 11h54

Três médicas pediatras que atenderam o menino relataram que ele chegou morto à unidade de saúde e com lesões externas no corpo

Jairinho e Monique
Jairinho e Monique deram entrevista à TV Record

Mais de dez testemunhas já foram ouvidas no inquérito que apura a morte de Henry Borel Medeiros, de 4 anos, na madrugada do último dia 8 de março. A criança faleceu no apartamento de luxo onde morava com a mãe, Monique Almeida, e o padrasto, o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade).

As três médicas pediatras que atenderam o menino na emergência do Hospital Barra D’Or já prestaram depoimento e garantiram que ele chegou morto e com lesões externas no corpo.

O exame de necropsia aponta que a criança sofreu hemorragia interna, laceração no fígado, contusão nos rins, nos pulmões e na cabeça. O laudo ainda cita hematomas pelo corpo do menino, principalmente na região do abdômen.

Henry deu entrada no hospital por volta das 3h50 após a mãe e o padrasto dizerem que encontraram o menino caído gelado e sem respirar no chão do apartamento.

Questionada se havia lido o laudo com a causa da morte de Henry, Monique afirmou acreditar que ele possa ter acordado, ficado em pé sobre a cama, se desequilibrado ou até tropeçado no encosto da poltrona e caído no chão.

Na madrugada de ontem, uma ex-namorada de Jairinho afirmou que ela e a filha foram agredidas pelo político há cerca de oito anos, quando os dois mantinham um relacionamento. A testemunha falou com os policiais por cerca de seis horas e disse que não fez a denúncia antes por medo de retaliações.

Entenda o caso

Às 19h30 de 7 de março, o engenheiro Leniel Borel, pai de Henry, deixou o menino sob os cuidados da mãe e do padrasto. Ele recebeu um telefonema de Monique às 4h30 da madrugada de 8 de março. A mulher informou que Henry “estava sem respirar” e pediu para que o pai se dirigisse até o Hospital Barra D’Or. O engenheiro foi, então, até a unidade de saúde e encontrou os médicos tentando reanimar a criança.

A mãe e o padrasto contaram no hospital que escutaram um barulho de madrugada e, quando chegaram no quarto de Henry, o menino estava desacordado e sem conseguir respirar.

“O que aconteceu nesse período que deixei meu filho com minha ex-esposa e com o padrasto? Entreguei o menino perfeito”, lembra o pai, emocionado. “No hospital, perguntaram ao Dr. Jairinho, que é médico, se ele fez algum procedimento inicial para salvar o meu filho, mas ele não disse nada”, conta Leniel.

Dr. Jairinho diz que não faz massagem cardiorrespiratória desde a época da Faculdade

Pelo exame do IML, peritos afirmam que Henry morreu por uma ação violenta e descartam a hipótese de acidente involuntário, como sugerem a mãe e o padrasto.

“Essa criança foi espancada de maneira violenta, pelo laudo médico legal a criança tem sinais de violência física severa que atingiu a cabeça, pulmão, abdômen, rompimento de fígado, rim e várias equimoses. É um negócio de uma gravidade muito grande”, disse Nelson Massini, professor titular de Medicina Legal da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

Mãe de Henry diz acreditar que filho “caiu da cama”

“Lesões graves assim só são observadas em acidentes de trânsito, onde há muito mais energia. Isso seria impossível em uma queda de cama, por exemplo, por mais alta que a cama fosse. Analisando o laudo, podemos afirmar que a criança foi agredida fortemente”, observa o perito Carlos Durão.

Siga-nos no InstagramTwitter | Facebook

Recomendações

COMENTÁRIOS