Redação Pragmatismo
América Latina 25/Fev/2019 às 15:46 COMENTÁRIOS
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Militar venezuelana sequestrada faz apelo a Nicolás Maduro

Publicado em 25 Fev, 2019 às 15h46

Quatro integrantes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) são reféns de indígenas venezuelanos nas cercanias da cidade de Santa Elena, na fronteira com o Brasil

Militar venezuelana sequestrada Nicolás Maduro índios
Grecia Del Valle Roque Castillo, tenente (Imagem: Captura de tela)

Edson Sardinha, Congresso em Foco

Quatro integrantes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) são reféns de indígenas venezuelanos nas cercanias da cidade de Santa Elena de Uairén, na fronteira com o Brasil. Eles foram sequestrados depois que duas pessoas da etnia Pemon foram mortas ao tentar impedir o bloqueio militar à chegada de ajuda internacional.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, a tenente Grecia Del Valle Roque Castillo, uma das sequestradas, faz um apelo ao presidente Nicolás Maduro e ao ministro da Defesa, Padrino López, para que impeçam atos de violência contra os indígenas.

Aos prantos, Grecia pede desculpas à comunidade local e conta que fala como mulher e mãe de um menino de 11 anos. “Presidente, veja o que está acontecendo, veja que não podemos fazer nada“, afirmou. “Não quero um futuro assim para meu filho. Presidente, olha o que está acontecendo”, acrescentou, sem conseguir concluir o raciocínio. Na sequência do vídeo, ela se dirige ao ministro da Defesa.

Padrino López, meu general, pense bem, não atue de forma violenta. O povo indígena não está sendo nada mau. Somente nos mantém aqui. Mas, por favor, pense no que vai fazer, não tome ações ruins, não use as armas contra povos indígenas que não estão fazendo nada”, apelou. O vídeo foi divulgado no Twitter pela jornalista venezuelana Sebastiana Barraez, especializada em conflitos militares.

No último conteúdo publicado em seu Facebook, no último dia 18, a tenente compartilhou um texto intitulado “Uma mulher com filhos não é para qualquer um“. Diz o texto: “Uma mulher com filhos não é para qualquer um, elas sabem sim o que querem, conhecem o sacrifício, o amor, a entrega. Não procuram um pai para seus filhos como alguns pensam. Muitas decidiram estar sozinhas por não aguentar quem não vale a pena e é admirável vê-las seguir adiante. Elas sempre vão brilhar com ou sem homem ao lado“.

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Confronto

Nessa sexta, houve confrontos entre militares e manifestantes na fronteira entre os dois países. Duas pessoas morreram e 15 ficaram feridas. Pelo menos sete venezuelanos feridos tentavam cruzar a fronteira e foram conduzidos para hospitais em Boa Vista. As vítimas são indígenas.

O conflito, conforme relatos, ocorreu a 60 quilômetros da fronteira, na região Gran Sabana, onde há uma comunidade indígena da etnia Pemon, favorável à ajuda humanitária internacional.

A Secretaria de Saúde de Roraima informou que cinco feridos foram baleados e transportados em ambulâncias venezuelanas autorizadas a cruzar a fronteira. Eles estão sob observação médica no Hospital Geral de Roraima. De acordo com a secretaria, cinco pacientes tiveram de passar pelo centro cirúrgico. Os demais venezuelanos foram atendidos no setor do Grande Traumas e permanecem em observação.

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