Redação Pragmatismo
Racismo não 03/Jul/2018 às 19:24 COMENTÁRIOS
Racismo não

Marcas rompem com youtuber brasileiro que sugeriu "exterminar negros"

Publicado em 03 Jul, 2018 às 19h24

Adidas, Itaú, Coca-Cola e McDonald's repudiaram comentários racistas de youtuber brasileiro que tem milhões de seguidores. O jovem divulgou um pedido de desculpas

youtuber racista júlio cocielo
O youtuber Júlio Cocielo

Ao comentar o jogo entre França e Argentina pela Copa do Mundo no último sábado, o youtuber Júlio Cocielo, 25, publicou no Twitter um comentário considerado racista sobre Mbappé, jogador negro da seleção francesa: “Mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na praia hein [sic]”.

Cocielo justificou que o comentário tinha relação com a velocidade do jogador e que as pessoas o associaram a “outras coisas”. Seguidores rebateram o youtuber: “Piada sobre velocidade” é o ****. Robben (branco) há anos atravessa o campo correndo tanto quando o Mbappe e ninguém NUNCA vinculou o Robben a alguém fazendo arrastão na praia.”

Em seguida, internautas resgataram tuítes antigos nos quais ele fazia mais comentários racistas, incluindo um que até sugeria exterminar os negros. “O brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”, escreveu há alguns anos.

Após a enxurrada de críticas, ele publicou uma nota se desculpando, justificou suas publicações e excluiu os tuítes antigos.

As desculpas não foram suficientes para melhorar sua imagem – o que virou um problema para as marcas que fazem ou já fizeram ações publicitárias com ele. Consumidores começaram a pedir publicamente nas redes sociais posicionamentos das empresas.

A Adidas comunicou que, por repudiar “todo e qualquer tipo de discriminação, decidiu suspender a parceria com o youtuber Júlio Cocielo”.

Já o Itaú disse que o youtuber “não faz mais parte” de qualquer ação publicitária e que a empresa “repudia toda e qualquer forma de discriminação e preconceito”, e espera que “o respeito à diversidade sempre prevaleça”.

A Coca-Cola, que já realizou algumas ações publicitárias pontuais com o youtuber, declarou que não tem mais qualquer ligação com o youtuber e que “não tem planos para futuras parcerias”, ressaltando que repudiam “qualquer forma de racismo, machismo, misoginia e homofobia” e que “o respeito à diversidade é um dos principais valores da companhia”.

O McDonald’s, que também já realizou ações com o youtuber, disse apenas que “não tem nenhuma relação comercial com ele”.

No Twitter, o Submarino disse que “repudia veementemente qualquer manifestação racista e tomará as providências necessárias”, e retirou a campanha em que Cocielo aparecia do ar.

Embratur

A Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) afirmou que rompeu o contrato de publicidade com Cocielo. ​O jovem viajou à Rússia a convite da Embratur para participar de uma das ações de uma campanha de promoção do turismo no Brasil. A campanha tinha como objetivo explorar a imagem de bom anfitrião que o brasileiro causou nos estrangeiros durante a Copa do Mundo de 2014.

Cocielo foi o anfitrião de um evento com influenciadores digitais de vários países, incluindo Rússia, EUA, Alemanha e Espanha, em que viveram “um dia de brasileiro” com direito a feijoada, caipirinha e aula de dança. No final, eles foram ao jogo do Brasil contra a Sérvia, em Moscou.

A Embratur afirmou que rompeu o contrato com o influenciador, que previa ainda ações promocionais nas redes sociais. Suas imagens foram retiradas do vídeo de divulgação gravado durante o evento em Moscou. O nome de Cocielo foi vetado também para qualquer futura campanha do órgão.

VEJA TAMBÉM: Governo Temer financia youtuber racista e homofóbico

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