Redação Pragmatismo
Racismo não 18/Jul/2018 às 15:36 COMENTÁRIOS
Racismo não

Youtuber brasileiro publica post racista sobre filho de Will Smith

Publicado em 18 Jul, 2018 às 15h36

As redes sociais repudiaram o comentário racista de um humorista brasileiro sobre o filho de Will Smith. Publicação, que foi apagada após a repercussão, estimulou um novo debate sobre o que é racismo. Internautas resgataram outras manifestações preconceituosas do youtuber

racismo filho de Will Smith
Rodrigo Fernandes, Jaden Smith e Will Smith

Criador do site de humor Jacaré Banguela, o humorista e youtuber brasileiro Rodrigo Fernandes foi duramente criticado após publicar um post racista sobre Jaden Smith a partir de uma foto divulgada no Instagram do seu pai, Will.

Fernandes postou em seu Twitter a mesma foto acompanhada da seguinte legenda: “tenho quase certeza que o filho do Will Smith me pediu dinheiro ontem na esquina da Rua Haddock Lobo dizendo que tava olhando meu carro”.

Algumas horas depois da repercussão, Rodrigo Fernandes apagou o post e escreveu: “Vocês são sensíveis demais. Credo!”. Novamente criticado, ele também apagou esta mensagem.

Em seguida, o humorista declarou que discorda “de algumas opiniões”, mas até o fechamento deste texto não divulgou um pedido de desculpas.

“Bem, o que eu fiz tá feito e apagado. Agora o julgamento é com vocês. Discordo de algumas opiniões, mas o espaço está aberto e o debate sempre será livre. Bom dia”, escreveu.

Internautas ainda resgataram manifestações antigas de racismo publicadas por Rodrigo. “Eu nunca vi um macaco processando outro por ter chamado ele de negro. Será que isso só acontece com animais que… pensam? Gordo pode ser baleia, loira pode ser burra, Argentino pode ser FDP e o negro tem que poder ser macaco”, publicou o humorista em 2012.

A publicação de Fernandes acontece dias depois que o youtuber Júlio Cocielo, também acusado de racismo, perdeu parcerias com diversas marcas.

Racismo

O post do ‘Jacaré Banguela’ estimulou um novo debate sobre o que é racismo nas redes sociais brasileiras. Rodrigo resolveu responder a decepção demonstrada publicamente por um amigo, e esse foi o diálogo que se seguiu:

Ian Black: Até você, Rodrigo???

Rodrigo: Até eu, Ian? :) Falar que o cara tá vestido igual um flanelinha é racismo? Jura mesmo?

Ian Black: Entendo o teu privilégio ao ser alheio a essas questões, mas realmente me entristece saber que, em 2018, principalmente após o caso Cocielo, seja necessário te explicar esse tipo de coisa.

Rodrigo: Tava claramente zuando o fato de que o cara parecia um flanelinha com aquela roupa. Mas enfim, Tweet apagado e seguirão os prints e as acusações por aí. Com você sempre vale o debate ;)

Ian Black: Então, vamos lá: esse tipo de piada está associando cor e vestimenta a um tipo de profissional marginalizado pela sociedade e que não raro é confundido com criminoso. Mensagens como essa reforçam a associação da imagem do preto como pária e influencia um conjunto de violência.

Rodrigo: Tudo bem. Concordo com tudo isso aí. Mas não posso nem fazer o comparativo? A piada foi só comparar um com o outro. “Olha como isso se parece com isso”. Aí virou racismo e o caramba. Você realmente acha que faz sentido?

Ian Black: Se o oprimido diz que determinados pensamentos, palavras ou atos reforçam a opressão, você, como opressor, apenas se cala, ouve e entende e se esforça para se tornar um aliado.

Rodrigo: Bem, é o que eu to fazendo. Se é assim que as coisas andam, tô andando.

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