Redação Pragmatismo
PSDB 13/Abr/2018 às 17:25 COMENTÁRIOS
PSDB

Vice-Procurador que enterrou denúncia contra Alckmin é primo de José Agripino

Publicado em 13 Abr, 2018 às 17h25

Vice-procurador-geral da República responsável por livrar Geraldo Alckmin da Lava Jato é primo do senador José Agripino Maia (DEM). Ele alega que não havia elementos para investigar o tucano

Procurador que enterrou denúncia contra Alckmin primo de José Agripino
Luciano Mariz Maia, Agripino Maia e Geraldo Alckmin (Imagem: Pragmatismo Político)

O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, disse que não há qualquer referência a oferta de contrapartidas para que o caso do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) pudesse ser caracterizado como corrupção ou lavagem de dinheiro.

Em entrevista ao Globo, Luciano afirmou que não havia indícios contra o governador além da suspeita do crime de caixa dois ao justificar sua recomendação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que o caso fosse remetido à Justiça eleitoral, livrando o tucano da Lava Jato.

A relatora, ministra Nancy Andrighi, determinou a remessa dos autos de Alckmin à primeira instância da Justiça eleitoral. Conforme delação da Odebrecht, o ex-governador recebeu R$ 10 milhões da empreiteira em 2010 e 2014.

A questão é simples. As referências ao então governador Geraldo Alckmin (na delação da Odebrecht) foram no sentido de que teria recebido contribuição para campanhas eleitorais, e tais recursos não teriam sido declarados à Justiça Eleitoral. A investigação se deu sobre esses fatos. Não havia elementos para ir além disso”, disse o vice-procurador ao Globo.

A saída do processo do STJ se deu depois de Alckmin renunciar ao mandato de governador a tempo de se candidatar, conforme exigência da legislação eleitoral, à Presidência da República. “A competência, sendo então governador, era do STJ. Deixando de ser governador, é do juízo eleitoral do lugar onde o fato (declaração de prestação de contas) se deu”, continuou o procurador.

Na entrevista, o vice-procurador-geral da República minimizou seu parentesco com outra liderança da oposição, o senador José Agripino (DEM-RN), também investigado na Lava Jato. “Sou testemunha, em várias gestões de PGRs, do modo ético e republicano com que sempre se houve nas relações institucionais.” Agripino é réu desde dezembro do ano passado, acusado de receber propina de empreiteira na construção da Arena das Dunas, estádio construído em Natal para a Copa do Mundo de 2014.

Leia também:
Nos EUA, Sergio Moro explica por que não julga políticos do PSDB
Por que escândalos de corrupção envolvendo tucanos não avançam na Justiça?
Odebrecht já recebia propina na década de 1980, revela documento
A corrupção e os lugares de fala do PSDB
As maquiagens para omitir o PSDB da corrupção na Petrobras
Rede Globo esconde esquema de corrupção do PSDB

Congresso em Foco

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook

Recomendações

COMENTÁRIOS