Redação Pragmatismo
São Paulo 21/Jul/2017 às 15:42 COMENTÁRIOS
São Paulo

Prefeitura de SP tenta impedir distribuição de sopa quente a moradores de rua

Publicado em 21 Jul, 2017 às 15h42

Prefeitura de São Paulo tenta proibir distribuição de sopa quente a moradores de rua, mas comida é liberada após intervenção de padre

Prefeitura de SP tenta impedir distribuição de sopa moradores de rua frio cracolândia

Guardas-civis metropolitanos (GCMs) foram acusados na noite desta quinta-feira, 20, de tentar impedir a distribuição de sopa quente para moradores de rua e dependentes químicos na região da Cracolândia, no centro. A denúncia foi feita pelo padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua. “Neste momento, o grupo Mensagem de Paz está oferecendo sopa quente, água e acolhida na Cracolândia e estão sendo pressionados e impedidos pela GCM. Informei ao secretário de Segurança Urbana da Prefeitura. É inaceitável”, escreveu o padre, em sua conta no Facebook. O incidente aconteceu por volta das 22 horas.

O secretário de Segurança Urbana, coronel José Roberto Rodrigues, confirmou ter recebido o telefonema do padre. Ele afirmou que de imediato telefonou para o inspetor que estava responsável pela trabalho da Guarda na região, liberando a entrega da sopa para os moradores de rua. “Falei com o inspetor que estava lá para deixar distribuir. O padre me ligou dizendo que o pessoal estava lá. Existe decreto de que o alimento manipulado não poderia ser (entregue), mas como é uma igreja e o pessoal está empenhado em relação ao frio, eu falei para o inspetor: ‘Libera aí a sopa’.”

Segundo Rodrigues, tudo foi resolvido. “Neste momento de imediato (noite desta quinta), estamos fazendo esforço com Defesa Civil para minorar o sofrimento das pessoas em situação de vulnerabilidade. As viaturas estão a noite inteira rondando para auxiliar essas pessoas. A gente tem de ver o lado humano das coisas. Tentamos convencer as pessoas para irem para albergues e a Defesa Civil da área está orientada a entregar cobertores.”

O episódio acontece um dia após moradores de rua reclamarem de terem sido acordados com jatos de água na Sé. Nesta quinta, o prefeito João Doria (PSDB) voltou a negar. Houve, disse, quatro cobertores molhados, depois repostos.

Leia também:
Moradores de rua expulsam João Doria durante ação da prefeitura
“The Economist” traça o perfil de João Doria Jr.
Cracolândia e seus paradoxos: o velho vício de achar que tudo é caso de polícia

Marcelo Godoy, Agência Estado

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook.

Recomendações

COMENTÁRIOS