Redação Pragmatismo
Notícias 27/Out/2025 às 17:44 COMENTÁRIOS
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Influenciadora esquerdogata diz que vai pedir desculpas a PM após ser presa por desacato

Publicado em 27 Out, 2025 às 17h44

Em nota, a defesa da influenciadora afirmou que “os excessos foram cometidos em decorrência do uso social de álcool logo após o consumo de medicamentos de uso controlado”. As ofensas aos policiais foram registradas em vídeo pelos próprios agentes. Nas imagens, a comunicadora diz que “minha sandália vale o carro de vocês”, questiona se os PMs já estiveram na Europa e afirma que “isso vai me fazer deputada federal”. Em outro momento, afirma trabalhar “pro governo federal”. Apesar de ser filiada ao PT, a Secretaria de Comunicação (Secom) esclareceu que ela não possui vínculo com o governo

influenciadora esquerdogata

por Felipe Borges

A influenciadora e militante política Aline Bardy Dutra, de 45 anos, conhecida nas redes sociais como “Esquerdogata”, foi presa no sábado (25) em Ribeirão Preto (SP) após um desentendimento com policiais militares durante uma fiscalização de trânsito. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), ela foi detida por desacato, resistência e injúria racial.

Aline, que possui 878 mil seguidores no Instagram, foi solta após audiência de custódia realizada no mesmo dia. A Justiça concedeu liberdade provisória, impondo medidas cautelares de recolhimento domiciliar noturno e comprovação de tratamento psiquiátrico a cada 60 dias. A decisão cita o uso de sertralina e quetiapina, medicamentos controlados, e diagnóstico de transtorno bipolar. As restrições têm validade de um ano, podendo ser revistas pelo juiz responsável.

Vídeos registraram ofensas aos policiais

Os próprios policiais registraram em vídeo as ofensas da influenciadora. Nas imagens, Aline, que apresentava sinais de embriaguez, dispara frases de cunho racial, econômico e cultural contra os agentes.

Em determinado momento, ela afirma:

“Um preto querendo foder outro preto”, referindo-se à abordagem de um homem negro pela PM. A influenciadora também debocha da renda e da origem social dos policiais:

“Minha sandália vale o carro de vocês […] Já foram pra Europa, meu amor? Vai pra Itália pra ver como são os policiais. Já foi pra Londres? Nunca, né?”

Em outros trechos, Aline se exalta e menciona sua popularidade digital: “Você tem noção de quem sou eu? Tenho mais de 1 milhão de seguidores.”

A influenciadora ainda ironiza a escolaridade de um dos policiais, afirmando que ele não saberia conjugar verbos corretamente em uma audiência anterior. Em outro momento, o chama de “fascistinha” e afirma que sua prisão “a tornaria deputada federal”.

Defesa atribui “excessos” a uso de álcool e medicamentos

Em nota, os advogados de Aline Bardy afirmaram que os “excessos foram cometidos em decorrência do uso social de álcool logo após o consumo de medicamentos de uso controlado, somados ao pânico que lhe é provocado pela conduta, muitas vezes excessiva, da Polícia Militar do Estado de São Paulo”.

A defesa declarou ainda que a influenciadora “não se exime da necessidade de pedir desculpas” e pretende procurar pessoalmente o policial militar alvo das ofensas. “Ela acredita ser esta sua obrigação humana, no mínimo”, diz o comunicado.

Secom nega vínculo com o governo federal

Durante a abordagem, Aline afirmou aos policiais trabalhar “pro governo federal”, dizendo ser “comunicadora da Secretaria de Comunicação”. A declaração motivou confusão nas redes sociais, mas foi prontamente desmentida pela própria Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).

“Aline Bardy Dutra não integra e nunca integrou o quadro de servidores da Secom, bem como não presta qualquer tipo de serviço à pasta”, informou o órgão em nota.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Aline é filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde maio de 2022 e integra o diretório municipal da sigla em Ribeirão Preto.

Contexto e repercussão

Nas redes, a prisão de “Esquerdogata” dividiu opiniões entre militantes de esquerda e apoiadores da polícia. Enquanto alguns apontaram comportamento incompatível com o discurso progressista que ela costuma defender, outros alegaram exagero na condução policial e ressaltaram a necessidade de acolhimento psiquiátrico.

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