Redação Pragmatismo
Copa do Mundo 22/Nov/2022 às 10:16 COMENTÁRIOS
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Copa do Mundo: repórter assaltada no Qatar recebe resposta inusitada da polícia

Publicado em 22 Nov, 2022 às 10h16

Jornalista Dominique Metzger foi assaltada durante uma transmissão ao vivo na Copa do Qatar. Mas o que mais surpreendeu foi a resposta que ela recebeu da polícia do país sobre o incidente

Dominique Metzger
Dominique Metzger

A repórter Dominique Metzger, da emissora argentina TN Sports, teve a carteira roubada durante uma transmissão ao vivo na cobertura da Copa do Mundo. Mas o que mais surpreendeu foi a resposta que ela recebeu da polícia do país sobre o incidente.

Os policiais disseram para a jornalista que a área onde ela estava tinha vigilância de câmeras e que logo identificariam o culpado. O inusitado é que as forças de segurança do Qatar falaram para Dominique que ela poderia escolher a punição que o autor do crime sofreria.

“Eles me disseram: ‘Vamos encontrar a carteira, temos câmeras em todos os lugares e vamos encontrar o ladrão com tecnologia de reconhecimento facial. O que você quer que o sistema de justiça faça com eles quando forem encontrados?'”, começou a jornalista. E continuou:

“Eu pensei ter entendido mal a tradução, mas não: ficaram me perguntando que pena eu queria para o ladrão, se eu queria que ele fosse condenado a 5 anos de prisão, se eu queria que ele fosse deportado”, relatou a jornalista. “Eu disse a eles que só quero minha carteira de volta, não vou tomar uma decisão pelo sistema de justiça”, completou.

Polêmicas na Copa do Qatar

A Copa do Mundo no Qatar traz à tona algumas importantes contradições no relacionamento entre países. A escolha da FIFA em realizar o mundial no Qatar foi tratada como polêmica desde que o anúncio foi feito há 12 anos. A decisão se baseou na argumentação de que o mundial deveria ser disputado em uma região que nunca havia sediado o evento antes.

O Qatar levou porque, no final das contas, apresentou um plano bilionário de investimento para adequar a Copa num ambiente que não possui tradição em sediar eventos multiculturais como a Copa do Mundo. Esse acaba sendo um dos principais problemas.

O Qatar não tem leis que garantam igualdade de tratamento entre homens, mulheres, homossexuais e imigrantes levados ao país para colaborar na construção da infraestrutura necessária para realizar o maior evento esportivo do planeta.

Nem mesmo os Jogos Olímpicos despertam as paixões que vimos ao longo da história das Copas do Mundo. Assim, o fato de um país que exibe uma infraestrutura do futuro, misturado a interpretações históricas e sociais do passado, faz com que o Qatar não seja o país ideal para sediar a Copa.

O noticiário nos próximos 30 dias vai se revezar entre resultados dos jogos e demonstrações de como o Qatar não é um país adepto ao nosso entendimento de Direitos Humanos. Isso tem uma importância grande de conscientização. É importante que o mundo entenda que a sede da Copa não divide os mesmos valores de inclusão, igualdade e respeito ao próximo, que foram os elementos-chave de inspiração para a criação da própria FIFA.

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