Redação Pragmatismo
Saúde 15/Mar/2021 às 09:57 COMENTÁRIOS
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Holanda também suspende uso da vacina de Oxford

Publicado em 15 Mar, 2021 às 09h57

Holanda suspende vacina da Oxford/AstraZeneca e aguarda investigação de reações. Diversos países interromperam a vacinação após casos de trombose, que ainda precisam ser investigados para serem associados ao imunizante

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(Imagem: Joop)

RFI

A Holanda suspendeu neste domingo (14), por precaução, o uso da vacina contra o coronavírus da AstraZeneca até 28 de março, depois de “possíveis efeitos colaterais” terem sido relatados na Dinamarca e na Noruega.

Diversos países interromperam a vacinação após casos de trombose, que ainda precisam ser investigados para serem associados ao imunizante.

Em um comunicado divulgado neste domingo, o Ministério da Saúde do país anunciou que a medida foi tomada “como precaução, enquanto se aguarda a investigação adicional“.

De acordo com o ministro da Saúde, Hugo de Jonge, “a questão crucial é saber se tratam-se de queixas após a vacinação ou causadas pela vacinação. Não devemos ter dúvidas sobre as vacinas”, explicou. “Temos de ser prudentes. É o mais sensato a fazer agora, por precaução“, acrescentou.

A Noruega, assim como a Islândia e a Dinamarca, anunciaram na quinta-feira a suspensão do uso da vacina, por temores relacionados à formação de coágulos sanguíneos em vacinados. Em seguida, Bulgária e Tailândia decidiram adiar a campanha de imunização com o produto.

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A Irlanda tomou uma decisão semelhante. A comissão encarregada da vacinação adotou a medida em nome do “princípio da precaução“, anunciou o médico-chefe Ronan Glynn, em um comunicado.

A decisão ocorreu após a agência norueguesa de produtos de saúde informar sobre “quatro novos casos de coágulos sanguíneos em adultos” que receberam a vacina do laboratório anglo-sueco.

Na Itália, a região de Piemonte decidiu também interromper o uso do imunizante após a morte de um professor no dia anterior.

Saiba mais: Itália suspende vacina de Oxford após morte de professor

Na Holanda, nenhum caso semelhante foi detectado, informou o Ministério da Saúde, que aconselhou as pessoas vacinadas com o produto a entrar em contato com seu médico se apresentarem sintomas “inesperados e ou desconhecidos” após três dias.

O diretor do Instituto Oxford, Andrew Pollard, que desenvolveu o imunizante, disse nesta segunda-feira (15) que não há “provas de um aumento das tromboses no Reino Unido, onde a maior parte das vacinas foi administrada atualmente.”

OMS defende produto

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira que não há “motivos para não usar” a vacina desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e pela Universidade de Oxford.

A AstraZeneca é uma vacina excelente, assim como as outras que estão sendo usadas“, afirmou em Genebra a porta-voz da OMS, Margaret Harris, assinalando que qualquer preocupação com a segurança do imunizante deve ser investigada.

Autoridades de saúde em todo o mundo insistem que nenhuma relação foi estabelecida entre esses casos e a vacina e que o imunizante pode continuar a ser administrado. O laboratório afirmou em um comunicado divulgado no domingo que “a segurança da vacina foi estudada em ensaios clínicos de fase III e os dados foram revisados por especialistas, que confirmam que a vacina foi geralmente bem tolerada.”

De acordo com o texto, a análise dos dados mostrou que, em mais de 10 milhões de casos, não há evidência de um risco agravado de embolia pulmonar ou trombose venosa profunda em qualquer faixa etária, sexo, lote ou em país em particular.

Na verdade, o número desses eventos identificados é significativamente menor nos vacinados do que seria esperado na população em geral“, acrescentou.

No Reino Unido, 23 milhões já foram vacinados

Mais barata, mais fácil de armazenar e administrar que seus principais concorrentes, a vacina britânica é a base da campanha massiva de vacinação realizada no Reino Unido – onde mais de 23 milhões de pessoas já receberam a primeira dose – e é exportada para muitos outros países. Espanha, França e Alemanha inicialmente questionaram sua eficácia em pessoas com mais de 65 anos de idade por causa dos dados limitados sobre esse grupo em ensaios clínicos.

Mas um estudo realizado pelas autoridades de saúde inglesas a partir de sua campanha de vacinação mostrou uma proteção entre 60% e 73% contra as formas sintomáticas da doença em pessoas com mais de 70 anos, com uma única dose, e mais de 80% contra hospitalizações. A proteção, inclusive, é um pouco melhor do que a vacina da Pfizer/ BioNTech, conforme essa pesquisa.

A polêmica coincidiu com um conflito entre o laboratório e a Comissão Europeia sobre o atraso na entrega das doses solicitadas pela União Europeia (UE) devido à queda no desempenho de suas fábricas no continente. As suspensões afetam a confiança da vacina na Europa, onde atualmente existem milhões doses não utilizadas, para a consternação dos especialistas que alertam sobre um atraso desnecessário nas campanhas de vacinação.

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