Redação Pragmatismo
Política 12/Mar/2021 às 17:20 COMENTÁRIOS
Política

Carlos Bolsonaro perde a linha e tem microfone cortado em sessão legislativa

Publicado em 12 Mar, 2021 às 17h20

“Vagabundo”, “canalha”, “cabeça de balão”. Carlos Bolsonaro xinga vereadores e tem microfone cortado em sessão da Câmara Municipal do Rio

Carlos Bolsonaro perde linha microfone cortado sessão legislativa
Carlos Nantes Bolsonaro

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) ofendeu o colega Reimont (PT-RJ), chamando-o de “vagabundo” e “canalha”, durante a sessão virtual realizada na quarta-feira, 10, na Câmara Municipal do Rio.

O filho “02” do presidente Jair Bolsonaro se se exaltou depois que o colega petista leu um discurso da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) com críticas ao governo federal. Diante da conduta, a vereadora Tânia Bastos – que é do mesmo partido de Carlos e estava presidindo a sessão – cortou o microfone do colega.

Os vereadores debatiam um projeto que institui no município do Rio de Janeiro o Dia de Combate à Violência contra a Mulher, de autoria dos vereadores Verônica Costa e Thiago K. Ribeiro, ambos do DEM.

Em seu discurso, Reimont afirmou que “a presidenta Dilma Roussef anteontem dizia com muita clareza que (…) as mulheres são as maiores vítimas da pandemia, que o atual governo agrava ao desprezar a vida e ao negar vacina e renda suficientes para todos”.

Seguindo a leitura de um texto da ex-presidente, Reimont disse que “lutar é o verbo que define as mulheres. Hoje, lutar pela vacina e pela renda emergencial. E mais: vamos à luta contra a violência, contra a misoginia, contra esse governo de índole fascista para recuperar os direitos do povo e reconstruir o Brasil”.

Em seguida, Carlos Bolsonaro pediu a palavra: “Queria lamentar infelizmente como aqueles de sempre, que nos caracterizam de tudo, né? Quando se fala Bolsonaro, é genocida, é… palavras que a gente aprendeu há pouco tempo atrás (sic) e tudo o mais”, começou o vereador, citando em seguida iniciativas do governo federal de combate à violência contra a mulher.

Depois, retomou o ataque: “Infelizmente só tem canalhas aqui dentro dessa Casa, que levam para uma linha política em vez de tentar sempre levar para uma linha de melhoria da sociedade carioca e do Brasil. Então deixo aqui meu voto de aplausos (ao projeto de lei) e de repúdio a esses canalhas de sempre, e ele sabe muito bem do que eu tô falando aí”.

Reimont então retrucou: “Meu repúdio à expressão canalha, porque acho que...”, e Carlos Bolsonaro o interrompeu, exaltado: “Quer dizer, o vagabundo me chama de genocida, chama meu pai de genocida, e eu não posso chamar de canalha? É canalha mesmo! É um canalha! Um cabeça de balão canalha”, completou o filho do presidente.

Saiba mais
Ministério da Saúde admite que Brasil chegará a 3 mil mortes por dia
“Chega de frescura. Vão chorar até quando?”, diz Bolsonaro após recorde de mortes
261 mil brasileiros morreram de ‘mimimi’ e de ‘frescura’

Carlos seguiu com os ataques a Reimont, que se formou padre da Ordem de São Francisco: “Um padre que não segue a cartilha da igreja, quem é você para falar alguma coisa de mim?

A vereadora Tânia Bastos, que presidia a sessão, intercedeu: “Peço desculpas a vossa excelência, Carlos Bolsonaro, mas eu não posso dar continuidade assim, então os microfones…”, e então foi interrompida por Carlos: “A senhora pode dar continuidade quando chamam alguém da minha família de genocida e eu não posso…”, e nesse ponto ele teve o microfone cortado.

Em seguida, Tânia afirmou: “Até o presente momento na sessão não houve nenhum tipo de vocabulário dessa ordem. Estamos fazendo uma discussão e eu não ouvi nenhum vereador chamar o vereador Carlos Bolsonaro de genocida. Não pode trazer para dentro de uma sessão plenária o que se discute muitas vezes nas redes sociais”.

A sessão prosseguiu com a votação de outros projetos.

Agência Estado

Siga-nos no InstagramTwitter | Facebook

Recomendações

COMENTÁRIOS