Educação

Bolsonaro critica Vélez, que reage: “Não pretendo entregar o cargo”

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Pela primeira vez, Jair Bolsonaro faz críticas públicas mais contundentes a Ricardo Vélez Rodriguez. O ministro da Educação reagiu: "Não pretendo entregar o cargo"

Jair Bolsonaro e Ricardo Vélez Rodriguez: lua de mel durou menos do que o presidente previa

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez, pela primeira vez, críticas públicas mais contundentes ao seu ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez.

“Está bastante claro que não está dando certo. Ele [Vélez] é bacana e honesto, mas está faltando gestão, que é coisa importantíssima”, disse o presidente em café com jornalistas na manhã desta sexta-feira (5).

Vélez rebateu as críticas do presidente e disse que não pretende sair do comando do MEC. “Não pretendo entregar o cargo”, disse o ministro em Campos do Jordão (SP), onde realizou uma palestra.

Questionado se considerava sua situação no Ministério da Educação insustentável, ele respondeu: “A única coisa insustentável é a morte”.

Desde o começo de março, houve cerca de 20 mudanças de cargos no MEC, onde grupos ligados a militares, técnicos e ao escritor Olavo de Carvalho — que indicou Vélez ao cargo — disputam espaço por cargos e poder.

As críticas de Bolsonaro a Vélez surgem exatamente dois dias depois que o próprio Olavo admitiu em seu Facebook que a situação no MEC é caótica e que ele não se sente obrigado a defender a permanência do seu pupilo no cargo.

Além do ministro da Educação, Olavo também indicou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Mesmo chefiando o MEC mais ideológico de todos os tempos, Vélez defendeu em sua palestra em Campos do Jordão a tomada de decisões sem ideologia. “Temos que tomar decisões numa perspectiva técnica, científica e não ideológica”, afirmou.

Vélez deve cair

Nos corredores do Planalto, a demissão de Vélez já é dada como certa. O ministro protagonizou uma série de polêmicas junto à opinião pública desde que assumiu o MEC. Recentemente, defendeu uma revisão dos livros didáticos sobre o golpe militar de 1964 e da ditadura que veio em seguida.

Em fevereiro, o MEC enviou a escolas um pedido para que alunos fossem gravados cantando o hino nacional, e que os vídeos fossem enviados ao governo. O pedido também incluía a leitura de uma mensagem com o slogan eleitoral de Bolsonaro, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. O ministro depois recuou da medida.

Confira outras polêmicas do atual ministro da Educação:
Vélez espalha fake news e mãe de Cazuza reage
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Em novembro de 2018, o Pragmatismo Político divulgou uma aula magna de Vélez Rodriguez (ver aqui). O conteúdo revelava que ele não teria como dar certo no Ministério da Educação.

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