Mark Chapman revelou plano para matar John Lennon, diz esposa
Esposa de Mark Chapman, o assassino de John Lennon, diz que marido havia confessado plano de matar o ex-Beatle. Novo pedido de liberdade condicional para Chapman será avaliado este mês
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Gloria Hiroko Chapman, mulher do homem que assassinou John Lennon em Nova Iorque, em 1980, afirmou ao jornal britânico The Mirror que o marido lhe disse, dois meses antes de concretizar o crime, que iria matar o fundador dos Beatles. A mulher de Mark Chapman confessou ter percebido de imediato quem tinha sido o autor do homicídio assim que soube da notícia da morte de Lennon, a 8 de dezembro daquele ano, vítima de vários disparos de pistola à porta do edifício Dakota na zona oeste do Central Park, onde o músico vivia com Yoko Ono e o filho de ambos, Sean Lennon.
Dois meses antes de perpetrar o crime, Chapman tinha estado em Nova Iorque e, de acordo com as declarações agora efetuadas pela mulher, regressou a casa “assustado” e que, com o objetivo de “fazer um nome para si próprio“, tinha planeado matar John Lennon. No entanto, adiantou Gloria Chapman, o marido acrescentou que o amor dela o tinha salvado. Pouco tempo depois, Mark avisou que iria fazer uma nova viagem à cidade, mas a mulher não acreditou que a deslocação se destinasse a cumprir os planos que o marido lhe tinha revelado.
Mark Chapman terá alegado, de acordo com as revelações de Gloria, que precisava de algum tempo para si próprio e de pensar na sua vida, de forma a crescer como adulto e como marido. Caso o casal fizesse o sacrifício de ficar algum tempo separado, justificou Chapman, os dois poderiam desfrutar de um longo e feliz casamento. Trinta e oito anos depois do assassinato, Gloria Chapman disse que o marido lhe mentiu, na época, quando lhe garantiu que se tinha desfeito de uma arma de que dispunha ao atirá-la ao mar.
Sobre o dia trágico, a mulher do assassino disse que foi uma das noites “mais sombrias” da sua vida. Recordou que tinha chegado a casa após um normal dia de trabalho e que se sentara a jantar e a ver na televisão um episódio da série “Uma Casa na Pradaria“, quando foi alertada por um rodapé no canto inferior do ecrã em que passava um título que informava: “John Lennon foi baleado em Nova Iorque por um homem caucasiano“.
A vida, afirmou Gloria Chapman, mudou “dramaticamente” a partir dessa noite fatídica. Passou a ser a “senhora Mark David Chapman, mulher de um assassino, não de um qualquer assassino, mas de um cuja vítima era famosa e adorada por milhões de pessoas em todo o mundo“. Apesar de tudo, Gloria afirma nunca se ter preocupado com a duração da pena de prisão de Mark Chapman, porque esperaria sempre pelo marido.
As declarações da mulher do homicida surgem poucos dias antes de as autoridades norte-americanas voltarem a avaliar um pedido de liberdade condicional, numa audiência que se prevê que venha a ter lugar durante a semana que se inicia a 20 de agosto próximo. Será o décimo pedido que Mark Chapman submete desde que foi detido na própria noite do crime. Até agora, a liberdade foi-lhe sempre negada.
Yoko Ono, viúva do ex-Beatle, tem-se mostrado adversa em relação à hipótese de Mark Chapman poder vir a ser posto em liberdade condicional. Há quatro anos, por ocasão de um anterior pedido do homicida para sair da prisão, Ono expressou a opinião de que o assassino do marido nunca devia ser libertado, já que, de acordo com o seu ponto de vista, considera que Chapman não tem consciência de que fez algo de mau. “Se ele fez isso uma vez, poderia fazê-lo novamente com outra pessoa“, disse a viúva do autor da canção pacifista “Imagine“.
John Lennon tinha 40 anos quando foi abatido e regressara à atividade como músico, depois de uma segunda metade dos anos 1970 em que decidiu ficar em casa a cuidar do filho Sean, nascido em outubro de 1975. Tinha lançado um álbum em parceria com a mulher, intitulado “Double Fantasy”, e preparava as canções para um novo disco que acabaram por ser editadas em 1984 em “Milk and Honey”.
Em 2016, perante o conselho que analisou o nono pedido de liberdade condicional, Mark Chapman reconheceu que o crime que cometeu foi premeditado, egoísta e mau. Os membros do orgão foram cautelosos. Recusaram aceder à pretensão do recluso, alegaram que ele poderia reincidir e decidiram mantê-lo atrás das grades.
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Expresso