Redação Pragmatismo
Homofobia 05/Jul/2018 às 16:01 COMENTÁRIOS
Homofobia

Ator pede desculpas por postagens homofóbicas em 2009

Publicado em 05 Jul, 2018 às 16h01

Ator global Bruno Gagliasso se manifesta sobre tuítes homofóbicos publicados em 2009. Ele foi cobrado por internautas após sugerir boicote ao youtuber Cocielo por conta dos posts racistas

Bruno Gagliasso ator cocielo
Bruno Gagliasso

O ator Bruno Gagliasso, da TV Globo, foi às redes sociais pedir boicote ao youtuber Júlio Cocielo por conta de suas postagens racistas.

Alguns internautas, porém, decidiram investigar o histórico de publicações de Bruno na internet e encontraram publicações consideras homofóbicas.

Bruno, que é pai de uma menina negra e ativista em questões de discriminação e preconceito, pronunciou-se sobre o episódio.

“Estou aqui em 2018 respondendo com minhas ações e atitudes por quem já fui também em 2009 e mesmo antes disso. De alguma forma todos estamos. Não é passando o pano no preconceito, mas sim passando tudo a limpo, que o mundo vai se tornar um lugar melhor”, escreveu no Twitter.

Uma das publicações de Bruno, datada de dezembro de 2009, diz: “Papai Noel é boiola porque vive com o saco na mão, anda com um monte de v* e sempre aparece na noite de dia 24”.

Boicote

No início da semana, Bruno Gagliasso pediu para que as pessoas parassem de seguir o youtuber Cocielo nas redes sociais. Após a polêmia vir à tona, o ator escreveu:

“Você tem noção do que são 11 milhões e 200 mil pessoas? Eu ajudo. É a população inteira da Bélgica. É um milhão a mais do que a população de Portugal. São 143 Maracanãs lotados. São todas as pessoas que ainda estão apoiando diretamente um influencer assumidamente racista.

Temos que cobrar posicionamento das marcas que o patrocinam, é claro. Mas são os outros famosos que ainda o seguem e, principalmente, as pessoas comuns, anônimas, que verdadeiramente me preocupam. Apoiar uma pessoa racista é ser conivente, sim.

Preconceito não se combate sozinho. Vamos precisar de todo mundo. A mensagem precisa ser clara e direta. Num mundo digital em que seguidor significa dinheiro e carreira, a gente precisa entender a importância do boicote. Principal instrumento de revolução de Martin Luther King Jr, nos anos 60, nos Estados Unidos da segregação racial, durante o Movimento dos Direitos Civis.

As marcas só chegam até essas pessoas porque elas têm audiência, visibilidade, constroem um público que interessa para as empresas atingir. A responsabilidade é de todos. Precisamos, é claro, cobrar as marcas mas também precisamos chamar atenção dos outros famosos que seguem/dão like/fazem parceria com essas pessoas racistas, machistas, LGBTfóbicas e gordofóbicas. É obrigação de todos nós constranger e vigiar nosso círculo social.

Educação antirracista não é somente pra criança, racismo não tem idade. A hora de aprender e ensinar é agora. Vão lá no perfil (que eu me recuso a marcar aqui), vejam quem dos seus amigos e influenciadores favoritos seguem a pessoa e puxem a orelha de todo mundo.

Na internet, seguidor é visibilidade e dinheiro. Não basta só cobrarmos as marcas, até porque daqui a pouco aparecem outras empresas com memória curta. A forma de colocar no ostracismo e minar a popularidade é fazendo quem que essas pessoas percam seu público, a grande propulsora do trabalho delas. Não é um caso isolado. Não foi o primeiro, não será o último. A gente precisa atuar com quem realmente movimenta essa máquina: a audiência. Racismo é um problema de todos nós”.

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