Redação Pragmatismo
Racismo não 23/Nov/2017 às 01:14 COMENTÁRIOS
Racismo não

Antes de atacar Taís Araújo, secretário de Crivella disse que Lula tentou estuprar menor

Publicado em 23 Nov, 2017 às 01h14

Secretário de Crivella que atacou Taís Araújo e que acredita que o racismo é uma invenção dos EUA é a prova de que o Rio de Janeiro, atualmente, está condenado ao retrocesso

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César Benjamin e Taís Araújo (Imagem: Pragmatismo Político)

Kiko Nogueira, DCM

César Benjamin, secretário de Educação de Marcelo Crivella no Rio, não é desacostumado a estupidezes e ataques baixos em busca de holofotes.

César é autor da versão reduzida do clássico “Não Somos Racistas”, do chefe de jornalismo da Globo Ali Kamel, imortalizada em seu Facebook.

Postou que continua “detestando a racialização (sic) do Brasil, uma criação — eu vi — do Departamento de Estado dos Estados Unidos” (!?!).

Qualquer idiotice racial prospera. A última delas é uma linda e cheirosa atriz global dizer que as pessoas mudam de calçada quando enxergam o filho dela, que também deve ser lindo e cheiroso. Vocês replicam essa idiotice”, continua.

Ele se referia a Taís Araújo e seu depoimento numa conferência em São Paulo. “Quero que as raças se fodam”, declara.

Assista ao vídeo:

Benjamin é um personagem subterrâneo que volta e meia coloca a cabeça para fora, cospe uma imbecilidade e volta à irrelevância lucrativa. Não se espere nada de bom em sua pasta. Não é para isso que ele existe.

Guerrilheiro na ditadura, ex-preso político, fundador do PT (saiu em 1995), candidato a vice-presidente pelo PSOL em 2006, virou mentor intelectual da campanha de Marcelo Crivella e descolou uma secretaria.

O publicitário Lula Vieira descreveu Benjamin como “guru político” da candidatura do bispo da Universal.

Ele é o autor de um texto picareta publicado na imprensa fluminense: “Não somos políticos. Falamos tão somente em nome do nosso patriotismo, das nossas histórias de vida, do nosso compromisso com o Brasil”.

Explicou” sua adesão a Crivella: “Ele é evangélico. Eu não. Temos diferenças. O que temos em comum é algo que a quase totalidade da esquerda brasileira perdeu: a busca da coerência entre a palavra e o gesto, entre o discurso e a vida”.

Benjamin ficou famoso por um ataque rasteiro inacreditável a Lula, fruto de um ódio talvez equiparável apenas ao de Hélio Bicudo.

Em 2009, contou em sua coluna na Folha que Lula tentou violentar um jovem que estava na mesma cela do Dops em 1980.

Lula, garante Benjamin, teria revelado a história num almoço em 1994. “Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de ‘menino do MEP’, em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do ‘menino’, que frustrara a investida com cotoveladas e socos”, escreveu.

A conversa teria sido testemunhada por mais três pessoas. Nenhuma delas confirmou. “Não compreendo qual a intenção do articulista em narrar os fatos como narrou. Como disse, sequer me lembro de sua presença na mesa”, falou o publicitário americano Erick Ekwall ao Estadão.

Na época, amigos alegaram que ele cometeu essa barbaridade porque estava mal da cabeça e andava tomando medicamentos pesados.

Pode ser projeção, também. No começo dos anos 70, aos 17, militava no MR-8 e foi preso pela ditadura. Era conhecido como “Menininho”. Foi libertado após uma denúncia internacional. “Libertem Menininho” foi o mote.

Isso é coisa de psicopata, só a psicopatia pode explicar”, respondeu na ocasião o então chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

O assunto se encaminhou naturalmente para o esgoto. Esse é o sujeito que acredita que o racismo é uma invenção ianque e que “busca a coerência entre a palavra e o gesto”. O Rio de Janeiro está condenado ao inferno.

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