Redação Pragmatismo
Direita 17/Ago/2017 às 15:30 COMENTÁRIOS
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Como as últimas pesquisas eleitorais explicam a ascensão de Bolsonaro

Publicado em 17 Ago, 2017 às 15h30

Análise das mais recentes pesquisas eleitorais para a Presidência da República revela que Jair Bolsonaro cresce no espaço entre a ausência do ex-presidente Lula e os defensores do neoliberalismo

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Marina Lacerda, Jornal GGN

Pelo menos duas pesquisas sobre o cenário eleitoral para Presidente da República já foram feitas após a condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro. Apesar de terem resultados e metodologias diferentes, ambos os levantamentos apresentam algumas tendências em comum: crescimento e liderança de Lula; crescimento de Jair Bolsonaro.

Pelo Vox Populi, entre junho e julho desse ano — respectivamente antes e depois da condenação – Lula cresce 7% (de 45 para 48%), Bolsonaro cresce 8% (de 12 para 13%). Dória fica estagnado, Alckmin chega aos 6%, e Marina e Ciro caem um pouco.

O DataPoder360 usa uma metodologia diferente de institutos como o Vox e o DataFolha: ligações telefônicas. Mas a pesquisa indica também crescimento de Bolsonaro – ainda que um crescimento bem maior, chegando aos 25% — e crescimento de Lula, que chega a 32%. O levantamento aponta queda de Marina, Alckmin e Dória.

Apesar da metodologia, a pesquisa do Poder 360 de 16 de agosto mostra um cenário possível e relevante: o primeiro turno sem Lula. Nesse caso, Bolsonaro chega a 27%; Haddad pontua apenas 3%; os tucanos ganham alguns pontos, mas poucos. Votos brancos e nulos, que com Lula no páreo ficam em 23%, chegam, sem Lula, aos 38% (um aumento de 65%).

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Disso extraímos algumas possíveis conclusões – absolutamente provisórias.

A primeira: o grande líder das intenções de voto segue sendo Lula, mesmo após a condenação. O sentimento de injustiça da sentença pode ter ocasionado o fenômeno. Não se sabe, porém, a capacidade que Lula terá, impedido judicialmente de concorrer, de transferir votos a Ciro, Haddad ou Gleisi Hoffman, por exemplo.

A segunda: o neoliberalismo segue sem candidato viável – e daí a defesa do parlamentarismo, ou seja, da escolha do chefe de governo sem eleição direta. Aliás, dois candidatos do bloco neoliberal nem constam mais nas pesquisas (Aécio e Temer), e o anúncio de medidas como a redução do salário mínimo tendem a aumentar o insucesso do grupo nas pesquisas.

A terceira é que há indícios de que Jair Bolsonaro é, sim, um candidato com chances reais de vencer. Diferente do que já afirmamos, ele possivelmente não atingiu seu teto, pois segue crescendo – mais ou menos lentamente conforme o instituto de pesquisa. Além disso, ele pode capitalizar no vazio deixado, de um lado, pela ausência de Lula candidato, e de outro pela devastação econômica e social promovida pelo grupo no poder (incluído aí o PSDB) – ainda que ele não tenha sido um opositor, por enquanto, das políticas de austeridade.

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