Redação Pragmatismo
Juristas 21/Jun/2017 às 12:11 COMENTÁRIOS
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Próximo Procurador Geral da República pode definir destino político do Brasil

Publicado em 21 Jun, 2017 às 12h11

Os rumos políticos do Brasil devem passar pelas mãos do próximo Procurador Geral da República. Governo e Rede Globo atuam de forma explícita para escolher o nome mais conveniente. A esquerda, por outro lado, segue apática

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Sergio Medeiros, GGN

A esquerda parece que ainda não aprendeu a pensar conforme os movimentos da direita, e se antecipar a eles, ou, ao menos, se contrapor tempestivamente.

Esta questão de quem vai ser o próximo Procurador Geral da República (em setembro se dará a substituição) é fundamental para toda a articulação dos golpistas (leia-se governo Temer e sua base de sustentação), bem como, a composição a ser feita para atingir tal objetivo.

E, não é por acaso que a grande mídia, em particular a Rede Globo, passou, decididamente a atuar de forma explícita em tal escolha.

No caso, em razão das atribuições acometidas ao cargo de Procurador Geral da República, tem-se que, ao desempenho de seu titular, estará inevitavelmente atrelado o futuro da nação, ou seja, pelos seus atos e omissões é que se definirá o quadro político institucional brasileiro, notadamente se for mantida a prerrogativa de foro em seu atual modelo.

É que, dentre as atribuições do Procurador Geral da República, está a de requerer investigações e/ou ajuizar eventuais denuncias, em razão de possíveis crimes cometidos por pessoas que detenham foro privilegiado, no caso, deputados, senadores, ministros de estado, Presidente da República.

Relembrando.

Não é por acaso que no tempo de Fernando Henrique Cardoso, era sistematicamente nomeado Procurador Geral da República Geraldo Brindeiro, que ficou conhecido como Engavetador Geral da República.

Quando Fernando Henrique Cardoso, posteriormente, num programa de entrevistas na BBC, teve o desplante de dizer que no seu governo não teve corrupção, foi imediatamente apartado pelo ancora inglês, que de pronto arguiu, que o que efetivamente tinha ocorrido é que nada foi investigado, e, todos os possíveis crimes resultantes da corrupção sistêmica que grassava – e grassa – no país, e que poderiam resultar em denúncias, todos foram arquivados.

Pergunta-se.

Com todos estes deputados, senadores e ministros, que hoje estão sendo investigados ou por investigar, e, muitos com denúncias já praticamente prontas, o que acontecerá, se o sistema – leia-se Temer, PMDB, PSDB, DEM -, ou seja Temer e seus amigos, diretamente interessados, tiverem êxito em seu intento e nomearem um grande parceiro – um novo engavetador – para Procurador Geral da República.

A resposta é óbvia.

Nenhum deles será investigado, nenhum deles será denunciado.

Em compensação seus inimigos políticos, sofrerão, com certeza, toda sorte de investigações, e, eventualmente, ainda que descabidas, serão alvo de denúncias.

Este é um assunto por demais urgente, e deveria ser pauta de toda a esquerda.

E, não se alegue, que o instituto do foro privilegiado esta por ser extinto.

No caso, até mesmo neste campo, como não poderia deixar de ser, a disputa de poder é ferrenha, e, não é por acaso que a questão acerca do fim da prerrogativa de foro esta sendo tratada de forma especial tanto pelo Supremo Tribunal Federal, quanto pela Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Pois bem.

Conforme se der a indicação – de qual o grupo lograr o direito a escolha – a referida lei que terminaria com o foro privilegiado, será relegada a um futuro distante, ou melhor, ficará indefinidamente suspensa, a menos que em determinado momento, casuisticamente, haja interesse em sua aprovação.

Da mesma forma, o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, seria indefinidamente postergado, pois a balança do poder, não se confunde com a da justiça, e tem outros pesos e contrapesos.

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