Morador armado expulsa socorristas e manifestantes feridos de prédio
Grupo buscava se proteger dos tiros de borracha e das bombas de gás lacrimogênio arremessadas pela PM. Assista ao vídeo

Durante um dos protestos realizados no último 7 de setembro, no Rio de Janeiro, um morador do bairro de Laranjeiras, nas proximidades da sede do governo estadual, expulsou manifestantes do seu prédio com arma em punho. A atitude do major do Exército Alexandre Jorge dos Santos foi registrada em vídeo pelo Coletivo Mariachi.
O vídeo mostra manifestantes entrando no prédio onde mora Santos, carregando um senhor ferido no protesto, na tentativa de se proteger das bombas de gás lacrimogênio disparadas pela PM. Outros manifestantes socorristas voluntários que prestavam atendimento aos feridos já encontravam-no interior do edifício acompanhados de alguns moradores que se solidarizavam com a situação.
Aos 5m26s de vídeo, as imagens mostram Santos, de arma em punho, expulsando os manifestantes e socorristas do prédio. “Vou botar todo mundo pra fora! Vaza! Vaza todo mundo daqui! Vai vazando todo mundo!”, gritou ele. (…) Lá em casa está cheio de gás por causa desta vagabundagem aqui”, gritava o major do Exército.
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Moradores tentaram em vão contornar a situação identificando-se e afirmando terem convidado os manifestantes a entrarem no edifício. Um dos socorristas então organizou a saída das pessoas que estavam dentro do edifício alertando todos que um morador armado estava os expulsando.
Uma das pessoas que estava no edifício e ajudava no socorro aos feridos era Maristela Grynberg, diretora da RDIDH (Rede de Defensores Independentes dos Direitos Humanos), que ficou indignada com a situação. “Buscamos abrigo aqui por emergência e somos tratados desta forma, inclusive com uma arma empunhada. É isso que temos por direitos humanos”, (…) um absurdo o que está acontecendo aqui!”, grita Maristela no vídeo.
Em entrevista ao jornal O Dia, Santos deu sua versão sobre o ocorrido. “Eu não estava no papel de major, estava exercendo o meu papel de morador que poderia ter a casa invadida, e poderia ter sido agredido por mascarados a qualquer momento”, afirmou. “Sou um cidadão de bem que foi coagido por mascarados (…) Tenho o direito de expurgar quem ameaça o meu lar. Sei que tinha gente do bem ali, mas havia também pessoas agressivas. Meu prédio não é posto de saúde. Eu reconheço a manifestação como um direito legal, mas não reconheço a violência” completou o major do Exército.
Assista o vídeo:
Revista Fórum e Jornal O Dia