Redação Pragmatismo
Barbárie 29/Mar/2024 às 10:42 COMENTÁRIOS
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Morador corta corda que sustentava trabalhador em prédio de luxo em Curitiba

Publicado em 29 Mar, 2024 às 10h42

Trabalhador estava a 18 metros de altura quando teve corda cortada por morador da cobertura em prédio de luxo de Curitiba

Morador corta corda que sustentava trabalhador prédio luxo Curitiba
Morador da cobertura, Raul Ferreira Pelegrin, cortou a corda que sustentava trabalhador que limpava fachada de prédio

O trabalhador que realizava a limpeza da fachada de um prédio de Curitiba estava a 18 metros de altura quando Raul Ferreira Pelegrin, de 41 anos, morador da cobertura, cortou a corda que o sustentava, segundo a Polícia Civil do Paraná (PC-PR).

Conforme o Ministério Público do Paraná (MP-PR), a vítima só não despencou por conta de um dispositivo de segurança que impediu a queda.

O caso aconteceu no bairro Água Verde em 14 de março, mas foi divulgado na segunda-feira (24) pelo MP-PR, que denunciou o homem por tentativa de homicídio. Pelegrin foi preso em flagrante logo após o crime.

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Segundo o MP-PR, a vítima fazia a limpeza, no 6º andar do edifício, preso por uma corda que estava amarrada no telhado do prédio. Durante o trabalho, o denunciado, que mora na cobertura do edifício, no 27º andar, cortou a corda com uma faca.

A defesa de Pelegrin afirmou que não irá se manifestar.

Ameaças

Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O), funcionários que realizavam a limpeza foram ameaçados pelo homem antes de ele fazer o corte da corda.

“O mesmo havia dito que iria cortar todas as cordas de todos os funcionários, caso não se retirassem”, afirma o documento.

Uma testemunha afirmou à polícia que estava no telhado e viu Pelegrin afirmar que “estava de saco cheio”. Ainda segundo a testemunha, ele “deu” 10 minutos para os prestadores de serviço “sumirem” do local antes de cortar a corda.

Investigação

Após o corte da corda, a polícia foi acionada. No local, os agentes precisaram arrombar a porta de um dos quartos do apartamento, onde Pelegrin foi encontrado e reconhecido pela vítima.

Funcionária do morador mentiu para a polícia e também foi presa. Em nota, a Polícia Civil do Paraná explicou que ela teria dito que o morador da cobertura não estaria dentro de casa. Ela foi ouvida e liberada em seguida.

“A equipe foi atendida pela funcionária do proprietário do apartamento que estaria realizando a limpeza do local. A mulher negou a entrada da equipe e dificultou a todo instante, colocando música alta no interior do mesmo e alegando que o dono não estaria no local, o que foi constato posteriormente que era falsa a alegação”, diz o boletim de ocorrência.

No apartamento os policiais encontraram a faca usada no crime e um pedaço da corda cortada.

O MP informou que o motivo para o crime ainda é desconhecido.

Durante o interrogatório policial, o agora denunciado ficou permaneceu em silêncio e “sustentou não saber os motivos de ter sido conduzido à delegacia”.

Na denúncia contra o homem, o MP considerou duas qualificadoras: recurso que dificultou a defesa da vítima e uso de meio insidioso – ou seja, o crime foi cometido sem que a vítima percebesse.

Argumentação da defesa no processo

A defesa de Pelegrin entrou com pedido de habeas corpus solicitando a soltura sob argumento dele ser dependente químico. Este tipo de medida judicial tenta garantir o direito de liberdade a uma pessoa presa ilegalmente, por exemplo.

Advogado afirmou que Raul tem um ‘histórico grave de dependência química’ há pelo menos quatro anos. “É um drama grave para toda família, que tem enfrentado essa doença que ele tem”, disse Beno Fraga Brandão durante a audiência de custódia, que ocorreu no dia 16 de março.

Pelegrin estaria sob influência de anfetamina e cocaína. Segundo os advogados, ele já esteve internado compulsoriamente em 2020.

O pedido informou que o homem seria levado para uma clínica de tratamento e pede que a Justiça autorize a internação do empresário. “A manutenção da prisão só vai piorar a situação dele, ele já tem vaga aguardando ele, pela vontade dele ou não”, disse o advogado. A Polícia Civil solicitou um exame toxicológico, conforme mostrou o boletim de ocorrência, mas a Justiça recursou e manteve a prisão.

Conforme o processo, Pelegrin está sob prisão preventiva e, portanto, não tem data para deixar a Cadeia Pública de Curitiba.

Com G1 e Uol

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