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Jair Bolsonaro 23/Jan/2023 às 17:26 COMENTÁRIOS
Jair Bolsonaro

Notas fiscais mostram farra gastronômica de Bolsonaro enquanto povo passava fome

Publicado em 23 Jan, 2023 às 17h26

Farra de Bolsonaro: picanha, filé mignon e camarão, e motociatas de R$ 100 mil cada. Em meio a fome de 33 milhões de brasileiros, inclusive indígenas, dos quais 570 crianças Yanomami morreram de desnutrição, Bolsonaro se empanturrava de comida nobre. E esbanjava em passeios de moto, tudo pago com dinheiro público. É o que mostram as notas fiscais dos gastos que o ex-presidente havia colocado sigilo

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Imagem:
Miguel Schincariol | AFP

RBA

Orgias gastronômicas de Jair Bolsonaro com muita picanha, filé mignon e camarão, entre outros itens, e motociatas calculadas em torno de R$ 100 mil cada, pagas com cartão corporativo. É o que revelam notas fiscais obtidas pela plataforma Fiquem Sabendo. Esses gastos todos eram feitos ao mesmo tempo em que, em suas lives, chegou a dizer dezenas de vezes que não usava seu cartão.

Isso porque queria vender uma imagem de austeridade e de simplicidade. o que não existia. Afinal, Bolsonaro e seus filhos gastavam altas quantias em farras em fins de semana. E com itens bem mais caros do que aqueles consumidos por pessoas simples, que o máximo que conseguem é um pastel quando pensam em comer fora.

Leia também: O enriquecimento de Jair Bolsonaro às custas do dinheiro público

E o que causa mais indignação, enquanto a família Bolsonaro se empanturrava, famílias brasileiras viam a insegurança alimentar se agravar. Pelo menos 33 milhões de pessoas não sabem se vão ter o que comer. Inclusive povos indígenas, onde crianças padecem de desnutrição grave, entre outras doenças. Durante esse governo de negligência, 570 crianças Yanomami morreram por falta de comida e por doenças evitáveis.

15 quilos de filé mignon e 6 de picanha no cartão de Bolsonaro

Para se ter ideia, uma nota fiscal emitida em abril de 2019 refere-se à compra de 4,2 quilos de camarão rosa, 7,2 quilos de bacalhau e 10,8 quilos de filé de robalo. Outra, de 7 de junho do mesmo ano, mostra a compra de 6,3 quilos de picanha, 15 quilos de filé mignon sem cordão e peças de costela defumada. Além disso, batata palha, potes de palmito e azeitona e pescados.

Segundo o Estadão, no intervalo de um ano foram ao menos 14 compras de picanha, 47 de filé mignon e 15 de bacalhau. Despesas essas que eram frequentes, às vezes mais do que uma vez na mesma semana. Ainda segundo o jornal, funcionários do Palácio do Alvorada iam praticamente todos os dias ao mercado gourmet La Palma.

Sem contar idas frequentes a outros restaurantes. Foram 19 ao Outback, onde no total foram gastos R$ 5,7 mil, média de R$ 300 por vez. A última foi em 17 de dezembro, já perto do final de seu governo.

Gastos de Bolsonaro com as motociatas

Em suas motociatas em diversas cidades com apoiadores, para promover sua imagem, Jair Bolsonaro (PL) gastava cerca de R$ 100 mil em cada. As despesas incluíam custos com hospedagem e alimentação de até 300 militares por passeio.

Embora não fosse um evento de divulgação das ações do governo, apenas da imagem do então presidente, era necessário policiamento militar, tropa de choque, socorristas e agentes do Exército para dar o suporte necessário.

Havia muitos gastos em padarias, tipo de estabelecimento preferido de Bolsonaro para usar o cartão corporativo. Em São Paulo, na padaria Tony e Thays, ele chegou a gastar R$ 126 mil em 102 compras de lanches para as tropas que o acompanhavam nesses passeios de moto.

R$ 48 mil em quatro dias de férias

Na padaria Santa Marta, no Rio de Janeiro, fez 24 compras gastando R$ 364 mil. Com hotéis para as suas equipes, gastava em média R$ 100 e R$ 250 com diárias. Quando estava em férias, também fazia motociatas. Com isso aumentava ainda mais os gastos com o cartão corporativo.

Em fevereiro de 2021, quando viajou com familiares e assessores para as férias em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, se hospedou em um hotel das Forças Armadas. Em quatro dias gastou R$ 9 mil em diárias. Ao todo, nesse período, gastou R$ 48 mil só com compras de supermercado. E R$ 5 mil em reparos de jet-skis. Mas dizia que não gastava nada em suas viagens porque ficava em instalações militares.

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