Redação Pragmatismo
Direita 30/Jan/2023 às 18:47 COMENTÁRIOS
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Major da PM que levou filho para atos golpistas responde por violência contra a ex-mulher e está foragido

Publicado em 30 Jan, 2023 às 18h47

Major da PM liderou atos no QG e fugiu de Brasília após ataques contra a democracia. Em mensagem no WhatsApp, Cláudio Mendes dos Santos debocha: “Ainda não ‘tô’ preso”. O homem levou o filho de 8 anos para os atos golpistas e era um dos que mais pedia dinheiro via pix. Ele responde a processo por espancar a ex-esposa e por divulgar vídeo com cenas de cunho sexual para familiares e a filha, uma criança

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Major da PM é apontado como um dos líderes dos atos golpistas. Ele está foragido

Um major da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) liderou o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército por mais de 60 dias e acabou fugindo depois dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro. Cláudio Mendes dos Santos, 49 anos, chegou a comemorar, em mensagem de WhatsApp: “Ainda não ‘tô’ preso”.

O militar usava do título para endossar discursos a favor de uma intervenção. Era um dos líderes que mais discursava no palco improvisado montado em um caminhão no QG de Brasília e chegou a levar o filho de 8 anos para o acampamento. Ele se apresentava como major Cláudio Santa Cruz e se vangloriava por ter sido do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

Segundo o portal Metrópoles, o major da PM ganhava dinheiro com os atos bolsonaristas. Ele foi flagrado diversas vezes incentivando um golpe de Estado contra o resultado das urnas.

No dia da posse de Lula (PT), Cláudio foi figura central de uma discussão entre os próprios apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que reclamaram de mais um pedido de dinheiro feito pelo major e o chamaram de covarde. “Só quer saber de Pix”, acusou um homem.

Segundo o Portal da Transparência do Governo do Distrito Federal, o salário dele é de R$ 20,7 mil. Nas redes sociais, que ele excluiu depois dos ataques bolsonaristas na Praça dos Três Poderes, o militar ainda informava que era instrutor de tiro.

Dias antes do atentado, ele esteve em um programa de uma rádio comunitária fazendo convocações e pedindo cumplicidade de policiais contra manifestantes. “Quero fazer um apelo aos meus colegas policiais. Eu sou um comandante policial, um major policial, estou na reserva, mas pelo amor de Deus. Polícia Federal, vocês contam com nosso respeito, não se vendam, não deixem alguém fazer vocês rasgarem a Constituição, não pratiquem prisões desleais. Da mesma forma a Polícia Civil.”

Durante a participação no programa, ele ainda diz que “o presidente foi bem claro ao dizer que as Forças Armadas estão nos apoiando”, e instiga cada pessoa que votou em Bolsonaro a “encher o QG, encher a Esplanada”. A rádio fomentou discursos golpistas por mais de uma hora, pedindo até Pix para Renan Sena, bolsonarista que viria a ser preso semanas depois pela Polícia Federal por participação nos ataques à democracia.

Cláudio Mendes dos Santos é nome comum em ocorrências de violência contra a mulher no DF. Impedido por medida protetiva de se aproximar de uma ex-esposa, ele já foi investigado por descumprir a medida, perseguir a mulher e até divulgar um vídeo com cenas sexuais dela, para familiares e filha, menor de idade.

Um dos registros na Polícia Civil informa que ele chegou a ter a arma recolhida em uma ocasião. De acordo com uma pessoa do núcleo familiar do militar, ele também já foi alvo de “várias denúncias” na Corregedoria enquanto estava na ativa da PM, mas “sempre acabava se safando”.

O major da PM é considerado um foragido da Justiça. Se você tem informações sobre ele, envie a denúncia para o seguinte e-mail: [email protected]

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