Redação Pragmatismo
Notícias 11/Ago/2022 às 08:06 COMENTÁRIOS
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Bolsonarista que assassinou tesoureiro do PT é beneficiado com prisão domiciliar

Publicado em 11 Ago, 2022 às 08h06

Prisão preventiva do policial penal Jorge Guaranho foi convertida pela Justiça do Paraná em prisão domiciliar. Advogados e filho de Marcelo Arruda se manifestam e classificam a decisão como 'absurda': "Após cometer tamanha barbárie e acabado com a vida de um pai de família, o assassino ficará em casa, curtindo o dia dos pais com seu filho"

Jorge Guaranho
Eduardo Bolsonaro e Jorge Guaranho

A Justiça do Paraná determinou nesta quarta-feira (10) que o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho deve cumprir prisão domiciliar com o auxílio de tornozeleira eletrônica. Guaranho é o assassino de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT.

Após deixar o leito hospitalar, Jorge Guaranho seria transferido ao Complexo Médico Penal em Pinhais, onde ficaram os políticos detidos pela Operação Lava Jato. Mas a medida foi revogada após a unidade prisional informar não ter condições para receber o detento.

Em decisão assinada na tarde de ontem, o juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, criticou a demora da unidade prisional para informar não ter condições para receber Guaranho.

“Não bastasse a absurda situação de se constatar a total incapacidade técnica do Estado em cumprir a ordem judicial que decretou a prisão preventiva do réu, tem-se a inacreditável omissão em comunicar tempestivamente a sua inaptidão”, cita o magistrado, em um dos trechos da decisão.

Em relatório, a unidade prisional informou que Guaranho depende de acompanhamento fisioterápico, nutricional e neurológico para a sua recuperação. “Incompatível com as condições estruturais apresentadas por este Complexo Médico Penal”, informou.

Para o promotor Luis Marcelo Mafra Bernardes da Silva, do Ministério Público do Paraná, apesar de o estado de Guaranho ser grave, “não há, como quer crer o DEPEN/PR, risco de vida ao requerente”. O promotor também alega que a prisão não possui os serviços necessários para recuperação do policial e que há um “absoluto descaso” do Estado do Paraná.

Advogados e filho de Marcelo Arruda criticam decisão

Após a decisão, os representantes legais da vítima se manifestaram por meio de nota. “Entendemos que é uma decisão absurda, uma vez que é público e notório que o Estado tem condições de fornecer tratamento médico a presos, especialmente no Complexo Médico Penal”, criticam os advogados em nota conjunta.

Por meio de nota, Leonardo Miranda de Arruda, filho do petista assassinado, manifestou seu desapontamento com a Justiça. “O governo não se mostra preparado para receber um ‘preso’ em uma Clínica Médica Penitenciária por não conseguir oferecer estrutura suficiente. Após ter cometido tamanha barbárie e acabado com a vida de um pai de família, o assassino ficará em casa, curtindo o dia dos pais com seu filho, se ‘recuperando'”, lamentou.

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