Danilo Espindola Catalano
ELEIÇÕES 2022 22/Jun/2022 às 11:00 COMENTÁRIOS
ELEIÇÕES 2022

Temos que escolher este ano

Danilo Espindola Catalano Danilo Espindola Catalano
Publicado em 22 Jun, 2022 às 11h00

Apesar de sabermos que a possibilidade de escolha em candidatos à presidência no primeiro turno é muito importante, para que haja uma concorrência e disputa acirrada entre os políticos, não é a realidade atual

Temos escolher ano eleições lula bolsonaro
(Imagens: reprodução)

Danilo Espindola Catalano*

Este ano temos que ter em mente que devemos escolher entre os dois candidatos que estão à cima nas pesquisas, isso porque, ao vermos que só existe a possibilidade clara, com base nas pesquisas, de vencer Jair Messias Bolsonaro (PL), se abster a isso, é ser condizente com a sua ideologia, mas ao mesmo tempo, apoiar a vitória de algo que você não apoia e vai ter que aguentar mais longos quatro anos.

Não quero aqui ser alguém que julga como foi a briga de Tiago Leifert com o Felipe Neto, por ter dito que em um possível segundo turno entre Luís Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL), ele votaria nulo. O que repercutiu bastante a falta de compreensão política do ex-apresentador do BBB, que ao mesmo tempo publicou um vídeo exacerbando ainda mais sua ignorância, agora com a democracia.

É importante explicarmos que ser ignorante não é um problema, o problema é ter orgulho disso e não correr atrás para pesquisar o que está falando, por isso, acredito que seja importante apresentar o motivo pelo qual caracterizo os ditos de Leifert como desprovidos de estudo.

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Na escola mesmo, aprendemos que a democracia é um conceito que desde antes de cristo na Grécia antiga era algo refletido e discutido pelos diversos filósofos da época e que foi sendo mudado com o passar do tempo. Pois ela não se caracteriza na realidade, por sempre haver uma minoria, (essa que o Tiago se adequa), que não está de acordo com o que a maioria quer, por isso mesmo o cientista político Robert Dahl explicou e apresentou um novo conceito, conhecido por Poliarquia, que é o poder e a decisão de muitos prevalecendo pela de poucos, isso claro, à grosso modo.

O ponto em que queria chegar é que o que sofreu Tiago Leifert, por mais que seja algo que incomoda, pois gostaríamos de que a ideia utópica de democracia existisse e lutamos com todas as forças para que a cada dia seja finalmente possível que se consolide, infelizmente, sim os argumentos do ex-apresentador se “desmancham no ar” em se tratando deste argumento; podendo afirmar de forma acadêmica a ele, que sim, o mundo é assim, vivemos em uma poliarquia e não mesmo em uma democracia propriamente dita.

Sentir a repressão da escolha de muitas sobre poucos é muito comum na nossa sociedade, assim como por exemplo ter que ter passado quatro anos vendo tudo que avisamos nas eleições de 2018 e sabíamos que iria acontecer, porque a maioria acreditou no “conto de fadas” e decidiu.

Está sensação de ter que aceitar o que a maioria decidiu e não querer, é a realidade que tornou a ideia de Poliarquia real, por nunca ser possível, que englobe toda a população e todos fiquem satisfeitos, sempre vai ter alguém ou um pequeno grupo, que iria preferir algo diferente.

Por isso a pressão deste ano para escolher um candidato, pois ou você está de um lado, ou está em cima do muro e pode compactuar com algo que até você mesmo não quer, porque dará margem a um dos lados, por infelizmente, o contexto político atual estar polarizado em apenas dois candidatos.

Apesar de sabermos que a possibilidade de escolha em candidatos à presidência no primeiro turno é muito importante, para que haja uma concorrência e disputa acirrada entre os políticos, não é a realidade atual, por não vermos, (e já perguntei para diversas pessoas), alguém com poder suficiente para derrotar o presidente atual, o que infelizmente, não é só uma defasagem do país, mas da esquerda, que não criou desde a vitória em 2002 uma liderança que possa substituir o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

*Danilo Espindola Catalano é escritor, pesquisador e professor de espanhol, dedicado a passar a cultura latino-americana aos seus alunos. Graduado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, pós-graduando em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola e Especializando em Educação e Cultura pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais Brasil.

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