Redação Pragmatismo
Música 03/Jun/2022 às 16:54 COMENTÁRIOS
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Show de Gusttavo Lima em cidade devastada por enchentes é cancelado pela Justiça

Publicado em 03 Jun, 2022 às 16h54

Show custaria R$ 700 mil aos cofres públicos e era um capricho da prefeita da cidade, que é fã declarada do cantor e dizia que 'sonhava' em conhecê-lo. A gestora disse recentemente que o município não tinha dinheiro para socorrer as vítimas das chuvas, além de ter alegado “incapacidade financeira” para não pagar o piso salarial dos professores

Após um pedido do Ministério Público, a Justiça da Bahia barrou a realização de um show de Gusttavo Lima em Teolândia (BA) — cidade devastada pelas chuvas no início do ano. A apresentação do sertanejo custaria R$ 704 mil aos cofres públicos e era um capricho pessoal da prefeita Maria Baitinga de Santana (Progressistas), conhecida como Rosa, que dizia que ‘sonhava’ em conhecer o artista.

Apesar de ter reservado R$ 704 mil para contratar Gusttavo Lima, a prefeita alegou recentemente “incapacidade financeira e comprometimento com outras áreas” para não pagar o piso salarial dos professores. Assim, descumpriu a lei federal que institui o salário mínimo do magistério. Ela também disse que a cidade não tinha dinheiro para socorrer os desabrigados pelas fortes chuvas que atingiram o estado no início do ano.

Ao cancelar o show, a Justiça estabeleceu que, caso haja descumprimento, a prefeitura de Teolândia (BA) pagará multa correspondente aos valores de contrato. Também ficou determinado que a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) suspenderá o fornecimento de energia nos locais onde os shows seriam realizados, e que os equipamentos sonoros serão lacrados.

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Ao todo, o evento teria 28 atrações, com um custo de R$ 2 milhões, valor que corresponde a 40% do dinheiro gasto com a saúde do município no último ano. Esse valor se aproxima dos cerca de R$ 2,3 milhões que o governo federal encaminhou à prefeitura, em 26 de dezembro de 2021, por causa da emergência da chuva.

No documento em que pede o cancelamento do evento, o MP-BA destacou que “não é possível que o mesmo município, que informou necessitar de ajuda e recursos para salvaguardar a sua população de catástrofe natural, mesmo vivenciando um estado de calamidade televisionado para o Brasil inteiro, anuncie, em poucos meses, a contratação de artistas com cachês incompatíveis com as dimensões, arrecadações, necessidades de primeira monta e saúde financeira do município”.

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