Redação Pragmatismo
Política 10/Jun/2022 às 10:43 COMENTÁRIOS
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“O PT pode vir quente que estou fervendo”, diz Eduardo Cunha

Publicado em 10 Jun, 2022 às 10h43

Eduardo Cunha: “O PT pode vir quente que estou fervendo”. Ex-presidente da Câmara é candidato a deputado federal pelo PTB

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Eduardo Cunha

O ex-presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato a deputado federal pelo PTB de São Paulo, Eduardo Cunha ironizou, nesta quinta-feira (9), a possibilidade de ter seu domicílio eleitoral questionado pelo PT. Em suas redes sociais, o ex-parlamentar argumentou que seu caso é totalmente diferente da situação do ex-ministro Sergio Moro (União Brasil).

Cunha alega que mantém, há muitos anos, um imóvel de família em São Paulo. Por isso, seria inócuo o PT, por meio do deputado Paulo Teixeira (SP), pedir para Justiça indeferir seu pedido de troca de domicílio eleitoral.

Cunha, assim como Moro e os ex-ministros Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) e Marina Silva (Rede), decidiu trocar seu domicílio eleitoral para São Paulo, com objetivo de concorrer no pleito de outubro. O ex-deputado espera recuperar seus direitos políticos para tentar voltar para a Câmara no próximo ano.

O deputado Paulo Teixeira, por sua vez, anunciou em suas redes sociais que vai acionar a Justiça Eleitoral para questionar a mudança de residência de Cunha, cuja base eleitoral sempre foi o Rio de Janeiro.

‘Moro morreu na cena do crime que ele cometeu’, diz Eduardo Cunha

Em entrevista à BandNews, Cunha disse que “será um prazer confrontar” o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) na Câmara dos Deputados, ao avaliar a possibilidade de os dois serem eleitos para um cargo no Congresso Nacional nas eleições gerais deste ano.

Segundo o ex-presidente da Câmara, o ex-magistrado tinha ambições políticas maiores que o cargo de deputado, mas foi “jantado” e, como “prêmio de consolação”, restou disputar uma vaga no legislativo pelo União Brasil. Ele afirmou que Moro buscou “criminalizar a política”, mas “morreu na cena do crime que cometeu”.

“Costumo dizer que Moro morreu na cena do crime que ele cometeu. Moro é chefe de uma organização política, que buscou a criminalização da política e foi responsável por tudo aquilo que aconteceu na eleição de 2018, da criminalização da política. E agora ele morreu na política, foi jantado, restou a ele como prêmio de consolação a Câmara dos Deputados, [o que] para ele é um demérito. E será muito bom que ele tenha a possibilidade”, disse.

O cientista que previu o fim trágico de Sergio Moro

“Até torço que ele dispute [o pleito] e até torço que ele se eleja, por incrível que pareça. Eu gostaria de ter como enfrentá-lo dentro da Câmara. Será um prazer enorme”, acrescentou o ex-presidente da Câmara.

Ex-juiz da Operação Lava Jato, Sergio Moro foi responsável pela prisão de Eduardo Cunha em 2016, quando o político era presidente da Câmara dos Deputados. O ex-parlamentar ficou preso até abril de 2021, quando o Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF-4) revogou sua prisão.

Já Moro deixou a magistratura para se dedicar à política e ocupou o posto de ministro da Justiça durante os primeiros anos do governo Jair Bolsonaro (PL). Posteriormente, ele deixou o cargo e passou a ser cotado como pré-candidato à presidência da República. O ex-juiz chegou a se filiar ao Podemos para disputar o Planalto, posteriormente migrou para o União Brasil, mas foi colocado em segundo plano pelo partido, que lançou Luciano Bivar como o pré-candidato da sigla no pleito presidencial.

Derrota para Moro

Em meio à dificuldade de concorrer à presidência da República, Sergio Moro tentou mudar seu domicílio eleitoral para São Paulo a fim de disputar algum cargo ao Congresso como deputado federal ou senador.

O nome de Moro chegou a ser cogitado, inclusive, como pré-candidato ao governo do estado, mas, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) não reconheceu o vínculo do ex-magistrado com o estado paulista e, com isso, ele está impossibilitado de disputar algum cargo por São Paulo.

A decisão do TRE foi proferida no último dia 7, em julgamento de um recurso apresentado pelo diretório municipal do PT contra a decisão da 5ª Zona Eleitoral, que aprovou o pedido de transferência de domicílio eleitoral de Moro de Curitiba para São Paulo.

Durante a sustentação dos votos, magistrados da Corte acolheram o argumento do recurso e defenderam que o fato de um indivíduo fazer viagens a trabalho a uma determinada cidade, por exemplo, não configura vínculo de moradia.

“Nós temos o artigo 42 do Código Eleitoral que está em vigor e ele é claro. Para efeito da inscrição (…), é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente. O ora recorrido aqui não é nem residente nem tem moradia”, disse o desembargador Silmar Fernandes, vice-presidente da Corte.

Moro pode recorrer da decisão junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Com Uol, Metrópoles e Veja

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