Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 10/Set/2021 às 16:50 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Míriam Leitão é defendida de ataque “machista” por pessoas que massacraram Dilma

Publicado em 10 Set, 2021 às 16h50

Cineasta Kleber Mendonça Filho virou alvo de linchamento nas redes sociais após xingar Míriam Leitão

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(Imagem: reprodução)

Kiko Nogueira, DCM

O cineasta Kleber Mendonça Filho virou alvo de um linchamento nas redes sociais.

Querida Miriam, você é uma completa imbecil. Tenha vergonha”, escreveu no Twitter, ao compartilhar um comentário da jornalista sobre os atos bolsonaristas do 7 de setembro.

Foi o dog whistle para uma sessão de corporativismo heavy metal de dar inveja à turma de Carluxo.

Miriam Leitão, uma das maiores jornalistas do Brasil, tem o meu apoio total e irrestrito. Um ataque desses diz muito sobre que ataca e nada sobre quem é atacado”, disse Lauro Jardim, do Globo.

Grosseria gratuita, inaceitável. Meu carinho, meu respeito, minha admiração sempre, Miriam querida”, emendou Flávia Oliveira.

A lista segue com os colegas declarando sua admiração pela decana em termos sabujos. Um sujeito a elogiou porque tomaram café juntos um dia.

Kleber não foi delicado, mas a reação é desproporcional e hipócrita.

A imensa maioria dos indignados com o “machismo” não deu um pio quando Dilma Rousseff era massacrada diuturnamente ao longo de seu mandato.

Pelo contrário: muitos participaram ativamente numa campanha difamatória e misógina.

Míriam Leitão defendida ataque machista pessoas massacraram Dilma
Míriam Leitão e Cora Rónai desancam Dilma na posse

A própria Míriam, por exemplo, é autora de uma troca de mensagens sórdida com Cora Rónai sobre o vestido e o andar de Dilma na posse.

Quando a então presidente foi chamada de “anta” num evento com Marina Silva, Waldvogel fez questão de tripudiar: “Coitadinha da Dilma! Quanta injustiça!

Em 2016, auge das agressões ao governo do PT, Lauro deu o endereço onde ela iria morar no Rio, como se fosse uma nota qualquer e não, àquela altura, um convite a um ataque por parte de algum desses asnos que hoje perfilam com Bolsonaro.

Míriam ajudou a cevar o ambiente de ódio antipetista que assolou o país. Abraçou Sergio Moro e a Lava Jato — juntamente com seus filhos — e transformou-se em assessora de imprensa do bando. Nunca esboçou nada parecido com uma autocrítica.

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“Imbecil” é pesado? Provavelmente. Mas Míriam está no debate público e esses são ossos do ofício. Ela sabe disso. A grita dos sicofantas diz mais sobre o jornalismo brasileiro do que sobre o diretor de “Bacurau”.

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