Redação Pragmatismo
Jair Bolsonaro 25/Ago/2021 às 15:17 COMENTÁRIOS
Jair Bolsonaro

Bolsonaro mandou FAB sobrevoar STF para quebrar vidraças, diz ex-ministro da Defesa

Publicado em 25 Ago, 2021 às 15h17

Ex-ministro da defesa afirma que os últimos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deixaram seus cargos por respeito à Constituição Federal e por não se dobrarem às pressões políticas de Bolsonaro

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(Imagem: Reuters)

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Ex-ministro dos governos FHC e Michel Temer, Raul Jungmann afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mandou que as Forças Armadas quebrassem as vidraças do STF (Supremo Tribunal Federal).

O chefe do Executivo, em “guerra” com o Judiciário, pediu no Senado o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

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Segundo Jungmann, em entrevista à revista Veja, os últimos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deixaram seus cargos, em março, por respeito à Constituição Federal e por não se dobrarem às pressões políticas de Bolsonaro.

Relembre: Chefes das Forças Armadas renunciam: “Não vamos participar de aventura golpista”

Os três foram demitidos porque se recusaram a envolver as Forças Armadas nas declarações e nos atos do presidente da República“, disse o ex-ministro, revelando o episódio que, segundo ele, foi a gota d’água para a saída dos comandantes.

Ele [Bolsonaro] chamou um comandante militar e perguntou se os caças Gripen estavam operacionais. Com a resposta positiva, determinou que sobrevoassem o STF acima da velocidade do som para estourar os vidros do prédio. Bolsonaro mandou fazer isso, tenho um depoimento em relação a isso. Ao confrontá-lo com o absurdo de ações desse tipo, eles foram demitidos.”

Jungmann foi ministro do Desenvolvimento Agrário no governo de Fernando Henrique Cardoso. Na gestão de Temer, ocupou a pasta da Justiça e da Segurança Pública. Para ele, “os militares têm uma leitura de que o STF não está deixando o presidente Bolsonaro governar“.

Em relação às eleições de 2022, Jungmann antevê que podem ocorrer problemas durante a disputa: “Existem riscos. A campanha de Bolsonaro para desmoralizar o voto eletrônico envolve, no fundo, retirar credibilidade do Tribunal Superior Eleitoral“.

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Ele acredita, no entanto, que as Forças Armadas não estão disponíveis para nenhuma aventura ou golpe. “Não tem nenhuma força política a favor disso, muito pelo contrário. Seria um raio em céu azul“.

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