Redação Pragmatismo
Contra o Preconceito 09/Jun/2021 às 08:00 COMENTÁRIOS
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MPF pede que Sikêra Jr. pague R$ 2,2 milhões após ofensas contra mulher negra

Publicado em 09 Jun, 2021 às 08h00

Ministério Público Federal pede que o apresentador bolsonarista Sikêra Júnior seja condenado por racismo e misoginia

MPF Sikêra Jr pague milhões ofensas contra mulher negra
(Imagem: Tv Arapuan)

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou na última sexta-feira (4), uma ação civil pública pedindo que o apresentador José Siqueira Barros Júnior, conhecido como Sikêra Jr, seja condenado por “dano moral coletivo decorrente de discurso de ódio às mulheres“.

A ação se refere a um episódio ocorrido em 5 de junho 2018, quando o âncora do programa “Cidade em Ação”, da TV Arapuan, afiliada da RedeTV! teria usado expressões racistas e misóginas para se referir a uma mulher negra, presa sob custódia do estado da Paraíba.

Assinada pelo procurador da República na Paraíba José Godoy Bezerra de Souza, a ação foi publicada na última sexta-feira (4).

Nela, o Ministério Público pede que o apresentador seja condenado a pagar R$ 200 mil à vítima, além de outros R$ 2 milhões a entidades representativas feministas, de direitos humanos ou ao Fundo Nacional de Direitos Difusos.

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Além disso, o MPF também pede que ele se retrate publicamente, “reconhecendo expressamente a ilicitude de suas falas, mediante discurso a ser publicado em todas as suas redes sociais e na rede televisão TV Arapuan.”

O vídeo do episódio ainda pode ser encontrado nas redes sociais. Nele, o apresentador diz que a vítima tem “venta de jumenta“. Ele também disse que “mulher que não pinta a unha é sebosa.

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Para o MPF, o apresentador feriu “a dignidade tanto da mulher a quem ofendia, e que teve seu rosto exibido em um telão, quanto à coletividade das pessoas do sexo feminino”.

O desígnio do réu é claramente escarnecer com a personalidade de uma mulher em situação de vulnerabilidade social (pobre, vítima das drogas e com a liberdade cerceada) que sequer pôde exercer seu direito de resposta, por estar sob custódia do Estado“, apontou o MPF no documento.

Com G1 e Uol

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