Redação Pragmatismo
Notícias 08/Abr/2021 às 09:44 COMENTÁRIOS
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Jairinho torturou Henry Borel dias antes da morte do menino

Publicado em 08 Abr, 2021 às 09h44

Jairinho praticou pelo menos uma sessão de tortura contra Henry Borel nos dias que antecederam a morte do menino, aponta investigação. Monique passou o dia em salão de beleza um dia após o enterro da criança. Há alguns anos, renomado jornalista que denunciou o vereador por tortura perdeu a esposa, filhos e amigos

Henry Borel
Henry Borel

Após a prisão do vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) e da professora Monique Almeida, a Polícia Civil divulgou novas informações sobre o inquérito da morte do menino Henry Borel, de 4 anos.

Os investigadores revelaram que o padrasto realizou pelo menos uma sessão de tortura contra Henry Borel dias antes da morte do menino. Ainda segundo as investigações, Monique sabia das agressões.

Em 12 de fevereiro, Monique descobriu que Jairinho estava no apartamento, trancado no quarto com Henry. A polícia descobriu que ela estranhou que ele tenha chegado cedo em casa.

De acordo com a Polícia, Henry era agredido com bandas, chutes e pancadas na cabeça. O menino tinha tanto medo de Jairinho que vomitava e apresentava crises de pânico ao ficar na presença do vereador. Quando não estava com o pai, Henry pedia para dormir na casa da avó.

A prisão do casal ocorreu na manhã desta quinta-feira (8) porque a mãe de Henry e Jairinho atrapalharam as investigações da morte da criança e ameaçaram testemunhas.

Os policiais descobriram ainda que, após o início das investigações, o casal apagou conversas de seus telefones celulares. Suspeitam, inclusive, que eles tenham trocado de aparelho.

A perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) usou um software israelense, o Cellebrite Premium, comprado pela Polícia Civil no último dia 31 de março, para recuperar o conteúdo.

Salão de beleza

Em relação à Monique, os investigadores descobriram que, no dia seguinte ao enterro do filho, a mulher passou a tarde no salão de beleza de um shopping na Barra da Tijuca. Três profissionais cuidaram dos pés, das mãos e do cabelo da professora, que pagou R$ 240 pelo serviço.

VEJA TAMBÉM: “Jairinho é uma pessoa maluca, completamente desequilibrada”

Os policiais apuraram peculiaridades sobre o comportamento dela após a morte do filho. Monique chegou a trocar de roupa duas vezes até escolher o melhor modelo, toda de branco, para ir à delegacia e prestar depoimento.

Babá sabia das agressões e mentiu

Além dos dois mandados de prisão contra a mãe e o padrasto de Henry Borel, agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) cumpriram também um mandado de busca e apreensão na casa da babá do menino.

Ao longo deste mês de investigações a Polícia Civil reuniu provas de que Thayná de Oliveira Ferreira mentiu em seu depoimento, prestado no último dia 24, e que sabia das agressões Henry.

Ao ser questionada sobre o relacionamento de Jairinho e Monique com Henry, ela disse que “esteve na presença dos três, no máximo, quatro vezes, sem que passasse de duas horas em cada ocasião, mas não percebeu nada de anormal”.

Os agentes reuniram elementos que indicam que ela sabia, sim, que a criança era agredida pelo padrasto.

Thayná, que foi contratada para trabalhar como babá em 18 de janeiro deste ano, também foi perguntada sobre marcas que a criança poderia ter, mas disse que “costumava dar banho em Henry e nunca viu qualquer marca de violência no corpo do menino”. A investigação também já sabe que a declaração também não é verdadeira.

Torturador

No ano de 2008, o renomado fotógrafo Nilton Claudino foi torturado durante 7 horas e quase perdeu a vida na Favela do Batan, na Zona Oeste carioca — reduto eleitoral da família de Dr. Jairinho.

A repórter que acompanhava Nilton também foi brutalmente torturada. Ambos estavam vendados, mas a mulher reconheceu a voz de Jairinho.

“Esse político me batia muito. Perguntava o que eu tinha ido fazer na Zona Oeste [área dominada por milicianos]. Questionava se eu não amava meus filhos”, disse Nilton em trecho do relato.

A história é comovente e foi narrada em detalhes por Nilton. O profissional precisou ‘desaparecer’ e perdeu a esposa, os filhos e os amigos por conta do episódio. Confira a íntegra:

Jornalista que acusou Jairinho de tortura perdeu a esposa, amigos e filhos

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