Redação Pragmatismo
Saúde 22/Fev/2021 às 16:18 COMENTÁRIOS
Saúde

Após crise de sonambulismo, fisioterapeuta cai do 3º andar de hotel no Rio

Publicado em 22 Fev, 2021 às 16h18

Fisioterapeuta tem crise de sonambulismo e cai de janela de hotel. Talyssa Oliveira Taques, que atua na linha de frente contra a Covid-19, estava de folga; médicos apontam excesso de cansaço como causa

Talyssa Oliveira Taques
Talyssa Oliveira Taques

Talyssa Oliveira Taques, de 27 anos, fisioterapeuta que trabalha em Cuiabá, no Mato Grosso, estava passando um final de semana no Rio de Janeiro quando se acidentou gravemente, caindo do 3° andar de um hotel durante uma crise de sonambulismo. Nesta segunda-feira (22), ela completa 16 dias internada em um hospital particular da cidade.

Talyssa havia viajado com a família para a cidade carioca para passar o período de folga após diversos plantões seguidos no antigo pronto-socorro de Cuiabá e no Hospital São Mateus. No entanto, devido ao cansaço acumulado, ela teve uma crise de sonambulismo e caiu do quarto onde estava hospedada. As informações são do portal G1.

“Ela vinha de vários plantões e estava exausta. Segundo o neurologista do hospital, quando ela relaxou, teve uma crise de sonambulismo. Ela foi até a janela do hotel e escorregou. Para ela, estava indo ao banheiro”, contou Angélica Oliveira, mãe de Talyssa.

A família da fisioterapeuta fez uma vaquinha para transferi-la do Rio para o Mato Grosso. Angélica diz que a filha está no Hospital Albert Sabin, em Copacabana, pois faltam vagas em hospitais públicos do Rio de Janeiro. Mesmo com plano de saúde, o convênio não cobriu todo o atendimento e o custo já superou R$ 20 000. A transferência para o Mato Grosso custa cerca de R$ 89 mil.

“Os honorários médicos e parte da cirurgia não teve cobertura. O plano trabalha através de reembolso. Temos que fazer esse acerto para que ela seja transferida para Cuiabá. Precisamos fazer a transferência de UTI aérea. Não tem condições de ir de avião normal, porque ela não está andando. Ela sangrou muito na cirurgia. Agora está com algumas complicações no pulmão”, explicou a mãe.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) informou que o caso foi encaminhado à Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS) para verificar a possibilidade de transferência de Talyssa.

Sonambulismo

Segundo o médico Drauzio Varella, o sonambulismo é um “distúrbio que se manifesta durante o estágio mais profundo do sono, o sono de ondas lentas”. O transtorno se caracteriza pela realização de atividades motoras sem a pessoa ter consciência plena do que está fazendo, uma vez que parte de suas funções cerebrais continua adormecida, e ela permanece num estado de transição entre o sono e a vigília. Por isso, na manhã seguinte, os sonâmbulos não lembram, ou lembram muito pouco, o que aconteceu durante a noite (amnesia total ou parcial).

Em geral, os episódios ocorrem uma ou duas horas depois que a pessoa adormeceu, duram de poucos segundos a meia hora e terminam quando ela acorda ou volta para cama para continuar dormindo. Embora os casos de sonambulismo sejam mais comuns na infância até por volta dos 12, 13 anos, adultos e idosos também podem ser afetados por esse tipo de distúrbio do sono.

No passado, acreditava-se que sonâmbulos nunca deveriam ser despertados durante a crise, ou que, se alguém lhes pregasse um susto nessa hora, ficariam definitivamente curados. Nada disso é verdade. Sonâmbulos podem ser acordados. O inconveniente maior é que despertarão meio confusos, sem entender direito o que está acontecendo naquele momento. Assustá-los não trará o menor benefício para o controle do distúrbio. O melhor mesmo é levá-los com calma de volta para a cama a fim de que continuem dormindo.

A causa do sonambulismo ainda é desconhecida. O que se sabe é que alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver o transtorno. Entre eles, vale destacar o componente genético, já que vários casos ocorrem em membros da mesma família.

Nas crianças, a desordem pode estar correlacionada com o processo de amadurecimento do cérebro e costuma desaparecer com o crescimento sem deixar vestígios. Nos adultos, em geral, os episódios se repetem ao longo dos anos e são desencadeados, na maior parte das vezes, por níveis altos de estresse físico e mental.

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