Redação Pragmatismo
Política Externa 28/Jan/2021 às 10:29 COMENTÁRIOS
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Ernesto Araújo buscou Trump para ajudar Manaus, mas foi ignorado

Publicado em 28 Jan, 2021 às 10h29

No auge do colapso hospitalar em Manaus, em 14 de janeiro, chanceler Ernesto Araújo pediu ajuda por telefone ao governo Trump. Vários dias se passaram e nenhum avião com transporte de oxigênio veio dos EUA. Dois países forneceram ajuda para Manaus até o momento: a Venezuela e a China

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O chanceler Ernesto Araújo

No dia 14 de janeiro, auge do colapso hospitalar em Manaus, quando dezenas de pessoas morreram asfixiadas por falta de oxigênio, o chanceler Ernesto Araújo telefonou para a Casa Branca para pedir ajuda.

Araújo conseguiu falar com o então secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo. Mais de uma semana depois, nenhum avião para transporte do oxigênio e nenhuma carga do produto veio dos norte-americanos.

Pompeo era homem forte do ex-presidente Donald Trump e deixou o cargo no dia 20, quando o democrata Joe Biden foi empossado na Presidência dos EUA.

A informação sobre o telefonema consta de um ofício enviado pela AGU (Advocacia Geral da União) à Justiça Federal em resposta a uma ação civil pública ajuizada pela Defensoria Pública do Amazonas, DPU (Defensoria Pública da União), MPF (Ministério Público Federal) e MP (Ministério Público) do Amazonas.

Segundo a AGU, a atividade do Ministério das Relações Exteriores em torno da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus em Manaus começou no dia 14 — muito embora o governo federal houvesse recebido informação sobre a crise iminente em Manaus no dia 8.

Nove dias

Um documento da Casa Civil mostra que o governo Bolsonaro tentou, por nove dias, garantir uma doação de oxigênio líquido dos Estados Unidos para o Amazonas. No entanto, não obteve êxito. Apenas dois países forneceram ajuda para Manaus até o momento, a Venezuela e a China — nenhuma por intervenção do governo brasileiro.

Durante todo o período em que o Brasil buscou ajuda dos EUA, a Venezuela — país governado por Nicolás Maduro e criticado pelo presidente brasileiro e seus aliados — já enviou três remessas de oxigênio a Manaus.

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