Redação Pragmatismo
Esquerda 25/Nov/2020 às 15:39 COMENTÁRIOS
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Maradona morreu no mesmo dia que o ídolo Fidel Castro

Publicado em 25 Nov, 2020 às 15h39

Maradona se vai de surpresa, no mesmo dia da morte do seu ídolo Fidel Castro, quatro anos atrás. O gênio argentino provoca uma tristeza sem igual, pela saudade de seu talento e por saber que deixou a vida de modo mais breve do que deveria ser

Maradona e Fidel
Maradona e Fidel

por Paulo Vinícius Coelho

Uma das mais brilhantes canções de Cazuza poderia ser o tema da vida de Diego Armando Maradona, se não fosse do próprio compositor: “Eu não posso causar mal nenhum, a não ser a mim mesmo, a não ser a mim.” Diego Maradona castigou seu corpo, o mesmo que o consagrou ao ser seu grande instrumento de trabalho.

Maradona foi traído por um ataque cardíaco apenas três semanas depois de sair da sala de cirurgia. De os médicos dizerem que ele havia trocado um vício por outro, ao abandonar a cocaína e mergulhar no alcoolismo. Especialmente nos meses de pandemia, que lhe provocaram depressão, o álcool virou seu companheiro.

Ele se vai de surpresa, no mesmo dia da morte de Fidel Castro, quatro anos atrás. Fidel não teve a morte surpreendente, mas renunciou ao governo de Cuba em 2008, também assim, de surpresa.

Em 2016, Maradona chorou ao saber da morte de Fidel Castro. Ele considerava o general cubano como “o maior” e “um segundo pai”. “Para mim foi como um segundo pai, porque me aconselhou, me abriu as portas de Cuba quando na Argentina, tinha clínicas que as fechavam, não queriam a morte de Maradona. Fidel as abriu de coração.”

Surpreendentes eram seus dribles e gols. Em 1980, foi à linha de fundo e cruzou de letra, na cabeça de Ramon Díaz, num amistoso vencido pela Argentina por 5 x 0, em Nuñez. No ano seguinte, marcou um dos gols mais espetaculares da história do clássico contra o River, bailando e driblando Fillol debaixo de um temporal que transformava o gramado de La Bombonera num pântano.

Em 1990, levou toda a defesa do Brasil e entregou a Caniggia para marcar. Em 1996, comemorou um 4 x 1 no River Plate com um beijo na boca de Caniggia. Tudo de surpresa, como a forma como nos deixou.

Maradona provoca uma tristeza sem igual, pela saudade de seu talento e por saber que deixou a vida de modo mais breve do que deveria ser. Maradona se vai cedo e ídolo, como Gardel ou como Evita, amado por ser um humano, o mais imperfeito dos imortais do futebol.

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