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Eleições 2020 27/Nov/2020 às 09:27 COMENTÁRIOS
Eleições 2020

João Campos encosta em Marília Arraes após ataques apócrifos, mostra Datafolha

Publicado em 27 Nov, 2020 às 09h27

Vantagem que Marília Arraes tinha para João Campos evaporou, aponta nova pesquisa Datafolha. Com direito a guerra religiosa, espetáculo de difamação promovido pela campanha do filho de Eduardo Campos parece ter dado resultado. Ofensiva contou até com denúncia requentada pela revista Veja

Marília Arraes e João Campos
Marília Arraes e João Campos

Marília Arraes (PT) viu sua vantagem sobre João Campos (PSB) evaporar na última semana, segundo a mais nova pesquisa Datafolha para a eleição no Recife (PE).

O levantamento foi realizado entre os dias 24 e 25 de novembro e tem margem de erro de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Na última pesquisa Datafolha, Marília tinha 7 pontos de vantagem sobre João nos votos totais. Agora, a diferença entre os candidatos é de apenas 3 pontos percentuais. Nos votos válidos, a dianteira que era de 10 pontos agora é de apenas 4.

Veja os números relativos aos votos totais:

Marília Arraes (PT): 43% (tinha 41% na pesquisa anterior)
João Campos (PSB): 40% (tinha 34% na pesquisa anterior)
Em branco/nulo: 13% (era 21% na pesquisa anterior)
Não sabe/não respondeu: 4%

VOTOS VÁLIDOS

Nos votos válidos, os resultados foram os seguintes:

Marília Arraes (PT): 52% (tinha 55% na pesquisa anterior)
João Campos (PSB): 48% (tinha 45% na pesquisa anterior)

Para calcular os votos válidos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição. Para vencer no 2º turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto.

SEGMENTO

De acordo com o Datafolha, Marília Arraes leva vantagem entre os homens (46% a 36%) e entre as mulheres ela fica no mesmo patamar de seu adversário, porém numericamente atrás (41% a 43%). Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, ela abre distância (47% a 33%). Na faixa seguinte, de 25 a 34 anos, a petista tem 43%, ante 41% do candidato do PSB.

No eleitorado de 35 a 44 anos, Campos fica numericamente à frente (45% a 37%), e entre quem tem de 45 a 59 anos as posições se invertem, com a deputada do PT abrindo vantagem (48% a 34%). No grupo de eleitores mais velhos, com 60 anos ou mais, o candidato do PSB tem 44% e Marília, 43%.

Na parcela com escolaridade fundamental, Campos tem 48%, ante 42% da adversária. Entre eleitores com escolaridade média, Marília Arraes obtém 42%, ante 39% do deputado do PSB, e entre os mais escolarizados a candidata do PT lidera (47% a 32%).

OFENSIVA APÓCRIFA

A disputa do segundo turno pela prefeitura do Recife (PE) tem sido uma das mais sujas do Brasil. Isto porque o candidato João Campos (PSB) enfrentou um cenário muito mais adverso do que se previa há três meses.

Desde a semana passada, Recife tem amanhecido com cartazes apócrifos colados em vários muros da cidade e panfletos distribuídos e jogados nas ruas.

Nos panfletos e cartazes, Marília Arraes é apontada como uma figura insensível e perversa e acusada de ser “contra a Bíblia”. Ataques semelhantes se repetiram na propaganda de TV de João Campos. A justiça proibiu Campos de questionar a religiosidade de Marília, mas o estrago já estava feito.

REVISTA VEJA

Além da guerra religiosa, no início da semana a revista Veja entrou de cabeça na disputa pela prefeitura do Recife com o aparente objetivo de manipular a eleição municipal.

A Veja requentou uma denúncia contra Marília Arraes que acusava a candidata pela prática de ‘rachadinha’ em seu gabinete na época em que ela exercia mandato de vereadora na capital pernambucana.

A denúncia, que já havia sido arquivada pelo Ministério Público, foi amplamente utilizada pela campanha de Campos nesta reta final e pautou os veículos de comunicação da imprensa de Pernambuco.

Para reforçar a acusação, a Veja divulgou o que seriam recortes de áudios entre Marília e o deputado Túlio Gadêlha (PDT) falando sobre a prática de rachadinha.

Túlio reagiu, acusando a revista de disseminar notícia falsa às vésperas da eleição e sugerindo que a matéria havia sido paga pela candidatura de João Campos (PSB). “Solicitei perícia para comprovar a manipulação do áudio”, afirmou o deputado.

A campanha de João Campos é uma das mais ricas do Brasil e conta com as estruturas da prefeitura municipal do Recife e do governo de Pernambuco.

Além de ordenar que João Campos interrompa a ‘guerra religiosa’, a Justiça também determinou que o candidato pare de exibir em seu guia eleitoral o áudio de Túlio Gadêlha, já que a gravação não tem autenticidade comprovada.

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