Redação Pragmatismo
Meio Ambiente 15/Out/2020 às 15:43 COMENTÁRIOS
Meio Ambiente

Tempestade de poeira e cinzas "engole" helicóptero no Pantanal

Publicado em 15 Out, 2020 às 15h43

Tempestade de cinzas e areia assusta piloto e helicóptero é 'engolido' no Pantanal. Moradores e combatentes de incêndio registraram que o dia virou noite

tempestade pantanal
Piloto gravou momento em que se deparou com nuvem de poeira em MS — Foto: Comandante Sathler/Ibama

O piloto de um helicóptero do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) precisou fazer manobras para desviar de uma tempestade de cinzas e areia que se formou região da Serra do Amolar (MS), na última terça-feira (13). Nas últimas semanas, as queimadas avançaram sobre a serra, que é uma das áreas mais preservadas do Pantanal.

“Foi no momento em que eu estava voando me deparei com uma nuvem, com características totalmente diferentes, uma tempestade com cinzas e areia vindo de dentro do Pantanal, na Serra do Amolar. Tive que passar por cima da serra e cruzei para tentar justamente fugir dessa tempestade e fazer o pouso efetivo em uma fazenda”, afirmou o piloto Álver Sathler. Segundo ele, por pouco não houve um acidente com a aeronave.

As equipes que combatiam os incêndios no Pantanal e os moradores de Corumbá, a 444 km de Campo Grande, se assustaram com a “nuvem de poeira gigantesca” formada antes de chover na região.

Segundo o coronel Ângelo Rabelo, presidente do Instituto do Homem Pantaneiro, que estava no local, a cena foi “assustadora”: “O dia escureceu”.

Ele contou que a nuvem escura, misturada ao vento, trouxe muita fuligem das queimadas e dificultou a respiração e a visão de quem estava no local.

“Depois de quase 15 dias de fogo contínuo, ele foi basicamente debelado graças ao esforços de brigadistas e bombeiros. Quando o fogo foi pacificado, fomos surpreendidos por essa tempestade”, disse Ângelo Rabelo.

Desde o início do ano até o último domingo (11), 27% dos 15 milhões de hectares do Pantanal foram consumidos pelo fogo, uma área destruída equivalente à do estado do Rio de Janeiro. O cálculo é do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e foi repassado pelo Ibama.

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