Redação Pragmatismo
Mundo 17/Out/2020 às 20:22 COMENTÁRIOS
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Nova Zelândia reelege Jacinda Ardern em votação recorde

Publicado em 17 Out, 2020 às 20h22

A popularidade de Jacinda Ardern aumentou muito pelo modo como ela lidou com a pandemia do coronavírus. A governante de centro-esquerda deu prioridade à saúde dos cidadãos em detrimento da economia. Neozelandeses também votaram sobre a legalização da maconha e da eutanásia

Jacinda Ardern
Jacinda Ardern

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, obteve uma vitória esmagadora nas eleições gerais do país, neste sábado. Com 99% das cédulas de votação apuradas, o seu Partido Trabalhista, de centro-esquerda, já tem 49% dos votos, fazendo com que ela vença o pleito com rara folga. O Partido Nacional da oposição, de centro-direita, tem 27% dos votos.

“A Nova Zelândia mostrou que o Partido Trabalhista tem seu maior apoio”, disse Ardern em seu discurso de vitória. “Posso prometer uma coisa: nós seremos um partido que vai governar para cada um dos neozelandeses.”

A votação deveria ser originalmente em setembro, mas foi adiada por um mês após um novo surto da Covid-19. Pesquisas já previam que Ardern teria uma vitória confortável.

Seu governo deu prioridade à saúde dos cidadãos em detrimento da economia na luta contra a pandemia: quando o novo foco do vírus surgiu na Nova Zelândia em meados de agosto (depois de mais de três meses sem nenhum caso), a primeira-ministra imediatamente confinou a região de Auckland para interromper a cadeia de transmissão. Graças a esta decisão controversa, a segunda onda de coronavírus foi limitada a 179 casos, e nenhum contágio foi detectado desde 26 de setembro.

A vitória de Ardern configura o maior apoio que um partido conquistou em eleições no país desde 1996, quando o atual sistema de votação proporcional foi implantado. A líder do Partido Nacional, Judith Collins, parabenizou a primeira-ministra, mas já prometeu que seu partido fará uma “oposição robusta”.

Os dois principais partidos concentraram suas campanhas nas medidas que tomariam para reviver uma economia atingida pela pandemia, com a criação de empregos como prioridade (a taxa de desemprego está em torno de 4%). Será um desafio difícil de alcançar, já que as fronteiras estão fechadas desde março e ambas as legendas prometeram reforçar o sistema de quarentena obrigatória que permite o retorno do exterior apenas de residentes e cidadãos neozelandeses. No momento, eles estão considerando apenas a abertura das fronteiras para países ou regiões livres da Covid-19, como algumas das ilhas vizinhas do Pacífico.

O PIB caiu históricos 12,2% entre abril e junho, mas o governo trabalhista está confiante de que a tendência será revertida com os dados do próximo trimestre. A primeira-ministra Jacinda Ardern defende que a ambiciosa estratégia de eliminação do coronavírus é a que permite uma recuperação econômica mais rápida. As últimas pesquisas indicam que os neozelandeses confiam em sua gestão: o Partido Trabalhista continua forte, com quase 50% de apoio, enquanto o Partido Nacional obtém cerca de 30%. Se essas previsões forem atendidas, o Partido Trabalhista só precisará do apoio de seu parceiro tradicional, os Verdes, para formar um governo.

Além das eleições gerais, dois referendos foram realizados neste sábado: um para legalizar a eutanásia, o outro para permitir o uso recreativo da maconha. Ardern votou sim pela eutanásia, mas se recusou a tornar público seu voto sobre a cannabis. Em um dos debates eleitorais, ela admitiu que já havia experimentado maconha “muito tempo” antes, confissão que reforçou sua imagem de líder honesta e cidadã comum: segundo estudos da NZ Drug Foundation, cerca de 80% dos neozelandeses já experimentaram a droga.

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