USP revela que paciente curada da Covid-19 foi reinfectada 50 dias depois
Estudo da Universidade de São Paulo confirmou a possibilidade de reinfecção pelo Sars-Cov-2, vírus causador da Covid-19. Caso aconteceu com uma técnica em enfermagem de 24 anos
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Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) conduzido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP) confirmou, apesar de rara, a possibilidade de reinfecção pelo Sars-Cov-2, vírus causador da Covid-19.
Os pesquisadores identificaram a recorrência da doença em uma técnica de enfermagem de 24 anos, que testou positivo para o novo coronavírus duas vezes no intervalo de 50 dias.
Segundo o grupo, “a constatação traz implicações clínicas e epidemiológicas que precisam ser analisadas com cuidado pelas autoridades em saúde”.
O estudo foi divulgado pela assessoria do Hospital das Clínicas (HC) no final da tarde desta quarta-feira (5). A paciente ainda se queixa de sintomas de sinusite e de uma dor de cabeça, que surgiu com a segunda infecção e persiste há cerca de um mês.
Segundo a pesquisa, em 4 de maio, a jovem teve contato com um colega de trabalho infectado. Dois dias depois, começou a sentir mal-estar, febre, congestão nasal, dores de cabeça e de garganta, até que, no quarto dia do surgimento dos sintomas, passou pelo exame RT-PCR, que identifica o Sars-Cov-2 no organismo por meio de materiais coletados no nariz e na garganta.
O resultado do primeiro teste, realizado em 8 de maio, foi negativo, mas, como os sintomas persistiram, a paciente repetiu o exame cinco dias depois, em 13 de maio, quando deu positivo.
Segunda infecção
Os sintomas desapareceram em dez dias e a técnica de enfermagem pôde voltar ao trabalho. No entanto, 38 dias depois, em 27 de junho, manifestou sinais da doença novamente. Além do mal-estar, da febre, das dores de cabeça e garganta, ela sentia dores musculares, cansaço, e havia perdido o paladar e o olfato. Ela também teve diarreia e tosse.
No quinto dia após o ressurgimento dos sintomas, em 2 de julho, a paciente passou por um novo exame de RT-PCR e testou positivo. No mesmo período, dois familiares dela também apresentaram sintomas clínicos, fizeram o exame e foram diagnosticados com o novo coronavírus.
A paciente não precisou ser internada ou respirar com ajuda de aparelhos. A segunda onda de sintomas desapareceu em 12 dias, mas, até o dia 5 de agosto, 33 dias após o surgimento da suspeita de reinfecção, a jovem ainda se queixa de dor de cabeça e sinusite.
Nas duas ocasiões, a técnica de enfermagem foi submetida aos testes sorológicos, com resultados positivos para anticorpos.
Reinfecção e sintomas repetidos
No documento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, os pesquisadores concluíram que, além da possibilidade de reinfecção, há ainda a reincidência de sintomas clínicos.
“O presente caso apresenta forte evidência não somente de reinfecção por Sars-Cov-2, como de recidiva clínica da Covid-19, de forma semelhante a apenas um outro caso clínico relatado em Boston (EUA)”, afirmam os pesquisadores ao citar um artigo publicado no American Journal of Emergency Medicine, em junho deste ano.
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Uma coletiva de imprensa está prevista para acontecer na tarde de quinta-feira (6), quando o grupo que integrou a análise deve dar mais detalhes sobre o caso.
as informações são Agência Brasil, do G1 e da USP