Redação Pragmatismo
Notícias 13/Ago/2020 às 17:12 COMENTÁRIOS
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Policiais militares mandaram matar irmão de Marcelo Freixo, conclui investigação

Publicado em 13 Ago, 2020 às 17h12

Dois PMs mandaram executar o irmão de Marcelo Freixo e um terceiro foi o autor dos disparos; um dos criminosos é candidato a vereador e vice-presidente da Lierj. Inquérito foi concluído após 14 anos de investigações

irmão marcelo freixo
Marcelo Freixo – Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu, nesta quinta-feira (13), o inquérito que apura o assassinato de Renato Ribeiro Freixo, irmão do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), e a tentativa de homicídio da companheira dele. O caso foi em Piratininga, Niterói, na Região Metropolitana.

Um ex-policial militar foi indiciado como executor do homicídio e da tentativa de homicídio contra a companheira de Renato. A investigação também apontou dois PMs como os mandantes do crime, que aconteceu há 14 anos, em junho de 2006.

Estão envolvidos no crime o ex-PM Fabio Montibelo (imagens abaixo) e os PMs Marcelo dos Reis Freitas e Alexandre Ramos, também conhecido como Bacalhau. A investigação aponta que Montibelo foi o executor e os outros dois policiais ordenaram o crime.

Fábio ocupou até março a presidência da Escola de Samba Porto da Pedra e é candidato a vereador em São Gonçalo. Ele também é vice-presidente da Lierj, a Liga das Escolas de Samba que administra a ‘Série A’ no Rio de Janeiro.

As investigações da 10ª Delegacia de Acervo Cartorário (DEAC) apontaram que os mandantes trabalhavam como seguranças no condomínio onde Renato era síndico.

A motivação para o crime, afirma a polícia, foi a demissão dos policias do posto de segurança do condomínio por eles não serem legalizados para exercer a função.

Durante a apuração, a polícia informou ter ouvido dezenas de testemunhas e feito inúmeras buscas e apreensões, além de ter conseguido quebras de sigilo que ajudaram a chegar aos autores do assassinato.

Os investigadores também constataram que os álibis dos envolvidos eram frágeis, e que os mandantes tinham motivação para executar Renato. Após a conclusão, o inquérito foi encaminhado ao Ministério Público estadual.

(Imagens de Fabio Montibelo, apontado como o executor de Renato Freixo)

O crime

Assessor na época da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Niterói, Renato foi morto aos 34 anos, com cinco tiros, na madrugada do dia 25 de julho de 2006, quando chegava em casa, acompanhado de sua mulher, em Piratininga.

Renato foi alvejado quando descia de seu carro para abrir o portão da garagem de casa. Ele voltava de uma festa com sua mulher, Valéria Motta Ramos, que foi baleada no ombro e no peito, mas sobreviveu.

Então pesquisador da ONG Justiça Global, Marcelo Freixo nunca fez alarde do caso do irmão na imprensa, respeitando um pedido da sua família. Limitava-se a cobrar o andamento do inquérito em visitas à delegacia.

“Vou ficar calado. Quero apenas ouvir a resposta da polícia. Só posso falar que meu irmão era um homem pacato, honesto e digno”, disse Marcelo, logo após o crime.

Dois anos depois do crime, após eleito deputado estadual, Marcelo Freixo assumiu a presidência da CPI das Milícias na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Plano para matar Marcelo Freixo

No ano passado, a Polícia Civil interceptou um plano de milicianos que pretendiam matar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) durante um evento em Campo Grande, bairro da zona oeste do Rio.

O atentado ocorreria na manhã de um sábado, quando o parlamentar se reuniria com militantes do PSOL no sindicato de professores da rede particular da cidade (Sinpro) para debater sobre a conjuntura política do país e do estado, atividade que foi divulgada na época em suas redes sociais.

O evento foi cancelado após a equipe de Freixo receber um comunicado do setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública informando que três milicianos, entre eles um policial militar, pretendiam assassiná-lo naquele bairro.

Marielle Franco, ex-vereadora e ex-assessora de Freixo, foi assassinada em março de 2018. Até hoje os mandantes do crime permanecem desconhecidos.

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