Redação Pragmatismo
Saúde 16/Abr/2020 às 14:39 COMENTÁRIOS
Saúde

Maranhão dribla governo Bolsonaro e consegue respiradores para tratar pacientes

Publicado em 16 Abr, 2020 às 14h39

Maranhão comprou da China, mandou para Etiópia e driblou governo Bolsonaro para ter respiradores e milhares de máscaras. Estado montou verdadeira operação de guerra para conseguir equipamentos, depois de ter sido atravessado por Alemanha, EUA e pelo próprio governo federal

respiradores maranhão
Respiradores comprados na China chegam ao Maranhão após verdadeira operação de guerra

Para conseguir transportar 107 respiradores e 200 mil máscaras da China, o governo do Maranhão precisou montar o que tem chamado de uma operação de guerra com o envolvimento de 30 pessoas e custo de R$ 6 milhões.

A logística foi traçada depois de terem reservado respiradores algumas vezes e terem sido atravessados por Alemanha, EUA e pelo próprio governo federal. As informações são da coluna Painel, da Folha de S.Paulo, e do próprio governo do Maranhão.

Em março, a gestão Flávio Dino (PC do B) reservou a compra de um lote de respiradores de uma fábrica de Santa Catarina, mas viu o governo federal bloquear a transação e distribuir os equipamentos segundo seus critérios.

Na sequência, reservou 150 respiradores na China, mas a Alemanha passou na frente, pagou mais e levou o pacote. Pouco depois, a frustração se repetiria, com os norte-americanos interferindo na negociação. No começo do mês, situação similar aconteceu com o governo baiano.

Drible

Com a ajuda de uma importadora maranhense, o governo estadual passou a negociar com uma empresa de Guangzhou, que enviou os respiradores para a Etiópia, com o objetivo de escapar do radar da Europa e dos EUA.

O secretário estadual Simplício Araújo, de Indústria e Comércio, que coordenou a empreitada, diz que o cargueiro que saiu da China e aterrissou em São Paulo teve o frete pago pela mineradora Vale.

Ao chegar a São Paulo, a mercadoria foi colocada em avião fretado da Azul e mandada para o Maranhão, para só lá ser desembaraçada na Receita.

A liberação na alfândega não foi feita em SP para evitar que o governo federal retivesse os respiradores, como tem acontecido. A operação durou 20 dias e os equipamentos desembarcaram em São Luís na terça -feira (14).

“Se não fizéssemos dessa forma, demoraríamos três meses para conseguir essa quantidade de respiradores. Assim que os equipamentos chegaram já os conectamos para ampliar a nossa oferta de leitos de UTI”, diz Araújo. Parte significativa dos R$ 6 milhões da operação foi paga por um grupo de empresários da região.

Atualmente, afirma o secretário, 60% dos leitos de UTI do estado estão ocupados, e há 630 casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus. “Se o aumento do número de casos continuar nesse ritmo, na semana que vem estaremos estrangulados”, prevê.

Acima, respirador comprado na China em funcionamento no Maranhão

Mariana Carneiro e Guilherme Seto, coluna Painel

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