Redação Pragmatismo
Homofobia 28/Nov/2019 às 20:28 COMENTÁRIOS
Homofobia

Mãe que matou filho gay por “levar homens para casa” é condenada a 25 anos

Publicado em 28 Nov, 2019 às 20h28

Homofobia: mãe que matou e queimou o próprio filho porque “não aguentava mais” vê-lo “levando homens para casa” é condenada a 25 anos de prisão. Investigação revelou que caso de homicídio homofóbico teve contornos de brutalidade

itaberli lozano
A mãe, o padrasto e Itaberli Lozano (em pé)

O Tribunal do Júri condenou a 25 anos e 8 meses de prisão em regime fechado, nesta quarta-feira (27), a gerente Tatiana Ferreira Lozano Pereira. Ela ,matou o próprio filho, Itaberli Lozano, de 17 anos, em Cravinhos, no interior de São Paulo em dezembro de 2016.

Dias antes do crime, o filho havia denunciado as agressões que sofreu da mãe, que não aceitava o fato de ele ser gay.

Outros dois envolvidos no crime, Victor Roberto da Silva e Miller da Silva Barissa, foram condenados, cada um, a 21 anos e 8 meses de reclusão. Na época, o caso foi amplamente noticiado no Pragmatismo Político. Relembre:

Mãe que matou filho por ser gay tentou mudar depoimento
Antes de morrer, jovem contou que foi agredido pela mãe por ser gay

Itaberli havia passado a morar com a avó depois de ser agredido pela mãe, mas ela o atraiu à sua casa com o pretexto de fazer as pazes. No imóvel, com a ajuda dos outros dois condenados e de um adolescente de 16 anos, ela submeteu o filho a uma sessão de espancamento e depois o golpeou com facadas no pescoço.

Após constatar a morte, Tatiana pediu ajuda ao marido, padrasto de Itaberli, para se livrar do corpo. O cadáver do filho foi levado a um canavial e incendiado.

Tatiana só notificou a polícia sobre o desaparecimento de Itaberli oito dias depois do crime. Foi necessária perícia para a identificação do corpo parcialmente carbonizado.

Durante o processo, o Ministério Público sustentou que o crime foi motivado por homofobia, pois a mãe não aceitava a condição do filho de ser homossexual. Em depoimento, ela chegou a dizer que “não aguentava mais ele”, reclamando que o filho levava homens para casa. No entanto, ela negou a homofobia.

O julgamento do padrasto, Alex Canteli Pereira, foi adiado porque seu advogado, que também defendia a mulher, deixou o caso alegando conflito de interesses. Pereira responde pelo crime de ocultação de cadáver.

Durante o processo, o padrasto contou que a mulher havia relatado a ele como havia dado as facadas que mataram o filho. Tatiana foi condenada por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

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