Redação Pragmatismo
América Latina 11/Nov/2019 às 17:36 COMENTÁRIOS
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Bolívia vive caos após renúncia de Evo e embaixada sofre atentado a bomba

Publicado em 11 Nov, 2019 às 17h36

Incêndios, saques e até atentado a bomba: golpe de Estado na Bolívia leva o país ao caos e comandante da polícia renuncia. Casa de Evo Morales é invadida e ainda não se sabe quem assumirá o poder

caos na bolívia
(Foto: Carlos Garcia Rawlins / Reuters)

A Bolívia registrou incêndios em casas, saques a lojas e gangues nas ruas depois que Evo Morales renunciou à Presidência neste domingo (10). Os incidentes foram registrados nas cidades de La Paz, capital do país, e Santa Cruz.

Inicialmente, logo após o pronunciamento de Evo, os opositores comemoraram a renúncia. Mais tarde, no entanto, começaram os ataques.

Segundo o jornal boliviano “El Deber”, o comandante geral da polícia, Vladimir Yuri Calderón, renunciou nesta segunda-feira (11) depois dos incidentes violentos.

Um vídeo difundido entre os bolivianos mostra pessoas dentro da propriedade do próprio Evo Morales, depois que ele voou para outra parte do país. O imóvel foi alvo de pichação.

O jornal “La Razon” descreveu que várias áreas da cidade de La Paz amanheceram com rastros “de uma noite de terror” e disse que a polícia esteve ausente e demorou para entrar em ação.

Em alguns bairros, vizinhos organizaram piquetes e barricadas de contenção. Houve ainda ataques a pátios de ônibus – em uma das centrais, 33 veículos viraram cinzas.

Em Santa Cruz, o chefe da polícia, Miguel Mercado, disse que algumas “hordas e grupos de vândalos” saíram à noite no domingo para causar pânico na população, de acordo com o jornal “El Deber”.

Quem assume?

Apesar de a senadora de oposição Jeanine Añez ter dito que está preparada para aceitar a responsabilidade de assumir o comando do país, ainda não está está claro quem assumirá a liderança na Bolívia, que fará uma nova eleição,

“Se eu tiver o apoio daqueles que lideraram esse movimento por liberdade e democracia, eu vou encarar o desafio, só para fazer o que for necessário para convocar eleições transparentes”, disse Añez ao canal Red Uno, nesta segunda.

Pela lei boliviana, na falta de um presidente e um vice, o líder do Senado deveria ser o líder provisório. No entanto, Adriana Salvatierra, que deveria assumir o cargo, também renunciou.

Embaixada

A embaixada da Argentina em La Paz deu refúgio a um ex-ministro, Carlos Romero, desde o domingo. De acordo com o jornal argentino “Clarín”, os diplomatas argentinos não descartam receber outros membros do governo de Evo que peçam abrigo.

A embaixada da Venezuela, por sua vez, sofreu um atentado a bomba na noite deste domingo (10). Crisbeylee González, embaixadora venezuelana na Bolívia, denunciou um ataque com dinamite feito por um grupo de pessoas ao edifício, localizado na zona sul de La Paz.

Um vídeo postado nas redes sociais mostra manifestantes convocando os moradores venezuelanos de La Paz a tomarem o prédio. “Povo venezuelano que chegou ao nosso país morrendo de fome, venha e tome este edifício, este edifício. Todos os venezuelanos que vivem na Bolívia, que venham, que tomem este edifício”.

Renúncia de Evo

Evo Morales renunciou ao cargo de presidente da Bolívia após 13 anos no poder. Evo disputou uma nova reeleição em 20 de outubro deste ano e venceu no primeiro turno.

A oposição não aceitou o resultado das urnas e a Organização dos Estados Americanos (OEA) anunciou que faria uma auditoria do processo eleitoral inteiro. Em 10 de novembro, a OEA divulgou resultado preliminar apontando fraude e a necessidade de novas eleições.

Evo decidiu, então, convocar novas eleições. Mas os opositores rejeitaram a proposta e exigiram a renúncia do presidente. As Forças Armadas passaram para o lado da oposição e obrigaram Evo a deixar o cargo.

as informações são da agência REUTERS

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