Redação Pragmatismo
América Latina 04/Jun/2019 às 14:10 COMENTÁRIOS
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Guaidó também tem um astrólogo de estimação que o considera o “Escolhido”

Publicado em 04 Jun, 2019 às 14h10

Depois de passar alguns dias com Juan Guaidó, o jornalista e escritor Jon Lee Anderson publicou na revista New Yorker um belo perfil do autoproclamado presidente da Venezuela. A publicação traz uma informação especialmente curiosa: ele tem, como Bolsonaro, um astrólogo de estimação

Juan Guaidó astrólogo
Juan Guiadó (Reuters, Ueslei Marcelino)

Kiko Nogueira, DCM

O jornalista e escritor Jon Lee Anderson publicou na revista New Yorker um belo perfil de Juan Guaidó, o autoproclamado presidente da Venezuela.

Anderson passou alguns dias com Guaidó e traz uma informação especialmente curiosa: ele tem, como Bolsonaro, um astrólogo de estimação.

Identificado como “Davíd” — sem sobrenome — o sujeito é responsável, basicamente, por alimentar o ego de Guaidó com delírios megalomaníacos. Cada um com o Olavo que merece:

Certa manhã de março, poucas semanas antes da revolta, Guaidó me levou com ele para Vargas, seu estado natal, na costa caribenha. Para a viagem, a uma hora de carro do apartamento de Guaidó, em Caracas, nos sentamos na parte de trás de um S.U.V. blindado. Um homem de óculos redondos sentou-se entre nós. Ele se apresentou como Davíd, o astrólogo do presidente.

Quando saímos, Davíd disse que esperava que não encontrássemos nenhum colectivo – grupos de paramilitares que andam em motos, atirando contra manifestantes anti-governo. Os colectivos, declarou ele, eram “a encarnação do mal” e “representantes do Diabo na Terra”. (…)

Longe da multidão, Davíd informou-me que Guaidó era descendente de Guaicaipuro, um chefe indígena do século XVI que lutara contra a conquista espanhola antes de ser emboscado e morto. Chávez havia ressuscitado Guaicaipuro como herói nacional, ordenando que seus restos fossem re-enterrados simbolicamente no Panteão Nacional. Vendo minha surpresa, Davíd explicou que todos os líderes da Venezuela eram as reencarnações dos predecessores.

Chávez queria ser Simón Bolívar, mas na verdade era Guaicaipuro, enquanto Guaidó era na maior parte Guaicaipuro, com um pouco de Tiuna, outro chefe indígena. Maduro, no entanto, era apenas “o eixo do mal”. Davíd explicou que “os cubanos” – o suposto time de conselheiros secretos de Maduro – haviam praticado as “artes das trevas” da santería para levar Maduro ao mal.

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