Redação Pragmatismo
Saúde 01/Jun/2019 às 12:32 COMENTÁRIOS
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Família de jovem estuprada na UTI soube do crime durante velório

Publicado em 01 Jun, 2019 às 12h32

Família só soube que estudante de 21 anos foi estuprada na UTI de hospital particular depois que ela já havia morrido. Mesmo flagrado em vídeo, técnico em enfermagem se declara inocente

técnico em enfermagem uti goiânia
Na UTI, jovem de 21 anos foi abusada por técnico em enfermagem. A vítima morreu alguns dias depois

O estupro de uma estudante de 21 anos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular em Goiânia (GO) chocou seus familiares, que só souberam do crime durante o velório da vítima.

A polícia ainda não sabe se a morte está relacionada aos abusos sexuais que ela sofreu no hospital. O autor do crime é o técnico em enfermagem Ildson Custódio Bastos, de 41 anos.

No último dia 17 de maio, a estudante deu entrada no Hospital Goiânia Leste devido a uma crise convulsiva. No mesmo dia, de acordo com a delegada titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Goiânia, Paula Meotti, o técnico em enfermagem estuprou a vítima, que estava com as mãos amarradas.

A delegada analisou as imagens e concluiu que os abusos duraram cerca de uma hora. As cenas também mostram que a paciente tentou resistir, mas não tinha chance por estar presa na cama da UTI.

Ildson Custódio Bastos responderá por estupro de vulnerável, de acordo com a Polícia Civil de Goiás. Ele se entregou à polícia na quarta-feira (29/5) e está detido de forma cautelar. Já havia um mandado de prisão contra ele.

O que diz o Hospital

O Hospital Goiânia Leste alega, em nota, que afastou o técnico em enfermagem desde que tomou conhecimento da denúncia por intermédio de uma outra funcionária.

“No mesmo momento, a direção tomou as primeiras medidas com o objetivo de proteger a paciente e investigar o ocorrido”, diz em nota o hospital.

“Constatados os reais indícios de crime, (a empresa) comunicou o fato à Polícia Civil, que pediu sigilo a fim de que as investigações não fossem prejudicadas”, alega.

“Somente após o sepultamento da paciente e da divulgação do suposto crime é que seu corpo técnico, de forma reservada, informou aos familiares as providências que já haviam sido tomadas”, prossegue na nota.

A empresa afirma que o falecimento “não possui qualquer relação com os tristes fatos ocorridos”, mas diz que só o laudo vai poder apontar as causas.

Família

A delegada Paula Meotti foi quem comunicou os pais de que a jovem havia sido estuprada na UTI, pois foi preciso retirar o corpo dela da cerimônia para fazer novos exames. A família ficou em choque.

“Ficamos sabendo da morte dela só quando ela estava sendo velada e foi necessário fazer um novo laudo. Os pais não desconfiavam do abuso, eu que tive que contar para eles, que ficaram muito abalados”, disse a delegada.

“A gente não tinha contado para os pais ainda porque imaginávamos que ela pudesse se recuperar e que pudéssemos ouvi-la depois. E os pais não tinham muito a contribuir com as investigações, por isso não tinham sido comunicados ainda”, explicou.

Sobre a possível relação entre a morte e o estupro, a delegada afirmou: “Não sabemos até que ponto [há relação]. Esse abalo emocional pode ter influenciado ou piorado o estado de saúde dela”.

O pai da jovem ainda vai prestar depoimento à polícia antes da conclusão do inquérito. Sob orientação do advogado, o técnico em enfermagem ficou em silêncio diante da delegada. O delegado disse que o cliente se declarou inocente.

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