Redação Pragmatismo
Meio Ambiente 17/Abr/2019 às 16:42 COMENTÁRIOS
Meio Ambiente

Polícia prende fazendeiro 'Taradão', mandante da morte de Dorothy Stang

Publicado em 17 Abr, 2019 às 16h42

Fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o “Taradão”, é preso em sua casa no Pará. Ele é o mandante do assassinato de Dorothy Stang. A missionária que defendia a floresta e os trabalhadores rurais foi executada com seis tiros em 2005

Taradão e Dorothy Stang
Taradão e Dorothy Stang

A Polícia Civil do Pará informou que prendeu nesta terça-feira (16/04/19), em Altamira, o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o “Taradão”.

O homem teve a prisão decretada pela Justiça após a condenação como mandante do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang. O crime ocorreu em Anapu, também no Pará, em 2005.

Policiais civis da Superintendência Regional do Xingu e das delegacias de Homicídios (DH) e de Conflitos Agrários (Deca) de Altamira receberam o mandado de prisão de Regivaldo Galvão, encaminhado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA).

O fazendeiro foi localizado em sua casa, em Altamira, no interior do estado. Ele foi conduzido para a sede da Superintendência Regional da Polícia Civil, onde aguarda transferência para a prisão.

Regivaldo Galvão foi condenado a 30 anos de reclusão no dia 30 de abril de 2010, como mandante do assassinato de Dorothy Stang.

A sentença foi mantida em segunda instância e a pena chegou a ser reduzida para 25 anos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que autorizou a prisão em 2017.

Dorothy Stang

Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros, um na cabeça e cinco ao redor do corpo, aos 73 anos de idade, no dia 12 de fevereiro de 2005.

A missionária pertencia à Congregação das Irmãs de Notre Dame de Namur. Esta congregação católica internacional reúne mais de duas mil mulheres que realizam trabalho pastoral nos cinco continentes.

Irmã Dorothy estava presente na Amazônia desde a década de setenta junto aos trabalhadores rurais da Região do Xingu.

Sua atividade pastoral e missionária buscava a geração de emprego e renda com projetos de reflorestamento em áreas degradadas, junto aos trabalhadores rurais da área da rodovia Transamazônica. Seu trabalho focava-se também na minimização dos conflitos fundiários na região.

A religiosa participava da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde a sua fundação e acompanhou com determinação e solidariedade a vida e a luta dos trabalhadores do campo, sobretudo na região da Transamazônica, no Pará.

Defensora de uma reforma agrária justa e consequente, Irmã Dorothy mantinha intensa agenda de diálogo com lideranças camponesas, políticas e religiosas, na busca de soluções duradouras para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra na Região Amazônica.

Dentre suas inúmeras iniciativas em favor dos mais empobrecidos, Irmã Dorothy ajudou a fundar a primeira escola de formação de professores na rodovia Transamazônica, que corta ao meio a pequena Anapu. Era a Escola Brasil Grande.

Irmã Dorothy recebeu diversas ameaças de morte, sem deixar intimidar-se. Pouco antes de ser assassinada declarou: “Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar”.

Dorothy Stang é uma das figuras que inspiram o Pragmatismo Político e sua foto está estampada na imagem de capa da página deste site no Facebook.

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