Redação Pragmatismo
Notícias 17/Fev/2025 às 20:52 COMENTÁRIOS
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Adolescente morre na Bahia após injetar água misturada com borboleta na perna

Publicado em 17 Fev, 2025 às 20h52

Adolescente de 14 anos morreu após injetar em sua perna água misturada com borboleta. Especialistas explicam que a manipulação de fluidos biológicos de insetos pode ser fatal

adolescente liquido borboleta

Um adolescente de 14 anos morreu após injetar o conteúdo de uma borboleta amassada na própria perna, em Planalto (BA), na última quinta-feira (13). A Polícia Civil da Bahia aguarda a perícia para confirmar as razões e circunstâncias da morte.

Davi Nunes, residente de Poções (BA), município próximo à Vitória da Conquista, morreu após ter injetado uma substância contendo resíduos de uma borboleta esmagada com água. Ele introduziu a mistura com o auxílio de uma seringa, na própria perna direita.

O experimento causou complicações, resultando no óbito do jovem. A vítima morreu na última quinta-feira, após permanecer internado no Hospital Geral de Vitória da Conquista. A Polícia Civil da 1ª Delegacia Territorial de Vitória da Conquista investiga a morte.

Em nota, a Polícia Civil diz que expediu guias para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) realizar a perícia. Os laudos periciais irão esclarecer a causa da morte do adolescente. A investigação busca apurar as circunstâncias do ocorrido.

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que, cumprindo determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM), não irá comentar ou fornecer informações sobre o paciente. A Sesab ressaltou que a medida resguarda o paciente e a equipe profissional, com amparo no Código de Ética Médica, que veta a divulgação de informações sobre casos clínicos identificáveis.

Manipulação de fluidos biológicos de insetos pode ser fatal

“As borboletas têm uma biologia complexa, e os fluidos presentes em seus corpos não foram estudados de forma aprofundada quanto à toxicidade para seres humanos”, explica o professor Marcelo Duarte, diretor do Museu de Zoologia da USP e especialista em borboletas e mariposas (lepidoptera).

“Ao injetar uma substância desconhecida, a pessoa corre o risco de ter reações alérgicas severas, infecções e, em alguns casos, complicações fatais”, complementa Duarte.

O professor acrescenta ainda que os insetos desempenham funções fundamentais no equilíbrio ambiental, especialmente na polinização e na cadeia alimentar, mas o contato direto com seus fluidos internos pode ser perigoso. “A situação é extremamente triste. Não consigo imaginar o que levou o rapaz a tentar algo assim”, afirma Duarte.

Por isso, André Victor Lucci Freitas, coordenador do Laboratório de Borboletas da Unicamp, acredita que a hipótese mais provável, diante das informações disponíveis, é que a morte tenha ocorrido devido a uma infecção causada pela injeção do líquido contaminado, e NÃO pela toxina do inseto. “O primeiro ponto a considerar é se o inseto era realmente uma borboleta ou uma mariposa, já que essa distinção nem sempre é clara para quem não é especialista”, explica Freitas.

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