Redação Pragmatismo
Governo 13/Fev/2019 às 13:11 COMENTÁRIOS
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Bolsonaro teria usado estrutura do governo para espionar Igreja Católica

Publicado em 13 Fev, 2019 às 13h11

GSI confirma que evento da Igreja Católica preocupa governo por afetar a "soberania nacional". Após repercussão, Palácio do Planalto nega espionagem

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O general da reserva Augusto Heleno, chege do GSI (Imagem: Valter Campanato/ABR)

O Palácio do Planalto e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estão encarando a Igreja Católica como um potencial inimigo, capaz de fazer forte oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Na avaliação da equipe de Bolsonaro, a Igreja Católica é uma tradicional aliada do Partido dos Trabalhadores (PT) e estaria, segundo investigações internas, se articulando para influenciar debates antes protagonizados pelo PT no interior do País e nas periferias.

Ainda segundo a reportagem publicada no último domingo (10) pelo jornal, a ameaça ao governo Bolsonaro não estaria vindo apenas da Igreja existente no Brasil, mas de toda a instituição católica. O próprio Papa Francisco, por exemplo, é visto pela equipe do presidente como um comunista capaz de atrapalhar os planos bolsonaristas.

O alerta veio de informes da Abin e dos comandos militares brasileiros. Segundo eles, são alarmantes recentes encontros de cardeais brasileiras com o papa, no Vaticano, para discutir a realização do Sínodo sobre a Amazônia, que reunirá, em Roma, bispos de todos os continentes.

O evento, que acontece em outubro, vem causando calafrios no ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno . Isso porque estão na pauta a realidade de índios, ribeirinhos e demais povos da Amazônia, assim como o problema do desmatamento, as mudanças climáticas e os conflitos de terra na região.

Tais temas são encarados pelo Palácio do Planalto como uma agenda de esquerda e por Augusto Heleno como uma fonte de preocupação. “Queremos neutralizar isso aí”, disse Heleno, acusando o que chama de “clero progressista” de aproveitar o Sínodo para criticar Bolsonaro. “Achamos que isso é interferência em assunto interno do Brasil”, afirmou.

Além das questões referentes à Amazônia, outras medidas tomadas pelo governo Bolsonaro devem entrar em conflito com as convicções da Igreja Católica , como a liberação das armas no Brasil e a “licença para matar” e o encarceramento em massa, propostos pelo ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro.

Governo nega espionagem

Depois da grande repercussão da matéria do Estadão, o governo negou estar realizando espionagem contra membros da Igreja Católica, embora tenha admitido estar preocupado com o Sínodo.

A Igreja Católica “não está sujeita a nenhum tipo de ação” da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), informou nesta segunda-feira (11) uma nota oficial do Gabinete de Segurança Institucional, cujo chefe é o ministro Augusto Heleno.

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