Redação Pragmatismo
Política 06/Dez/2018 às 14:47 COMENTÁRIOS
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Esposa de Bolsonaro é citada como beneficiária de dinheiro suspeito, aponta Coaf

Publicado em 06 Dez, 2018 às 14h47

Relatório do Coaf cita esposa do presidente eleito Jair Bolsonaro como beneficiária de dinheiro suspeito

Esposa de Bolsonaro beneficiária de dinheiro suspeito Coaf RJ
Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro (reprodução)

Jornal GGN

A futura primeira-dama da República Michelle Bolsonaro recebeu um cheque de R$ 24 mil de Fabrício José Carlos de Queiroz, que trabalhou por cerca de 10 anos como motorista e segurança do deputado Flávio Bolsonaro.

Exonerado do cargo somente em outubro passado, Fabrício foi delatado por seu banco às autoridades por ter movimentado R$ 1,2 mihão em “transações suspeitas” ao longo de 2016. A instituição financeira entendeu que ele não tinha renda nem patrimônio compatíveis com a movimentação. O caso foi revelado pelo Estadão nesta quinta (6).

O nome de Fabrício aparece no relatório que o Coaf produziu a pedido do Ministério Público Federal sobre assessores da Assembleia Legislativa do Rio que tenham sido delatados por instituições financeiras por causa de movimentações suspeitas que somam mais de R$ 200 milhões. A lista de assessores tem 22 nomes. Fabrício é o 20º. O documento pautou a Operação Furna da Onça, que levou à prisão 10 deputados estaduais por esquema de mensalinho. Mas Flávio e Fabrício não foram atingidos.

De acordo com o jornal, uma das transações na conta de Fabrício “é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. A compensação do cheque em favor da mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro aparece na lista sobre valores pagos pelo PM.”

O relatório diz que “constam como favorecidos a ex-secretária parlamentar e atual esposa de pessoa com foro por prerrogativa de função – Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, no valor de R$ 24 mil.”

Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, o Coaf também encontrou cerca de R$ 320 mil em saque na conta mantida pelo motorista do filho de Bolsonaro. Desse total, R$ 159 mil foram retirados numa agência bancária no prédio da Assembleia do Rio.

Também chamou a atenção dos investigadores as transações realizadas entre Queiroz e outros funcionários da Assembleia. O documento lista todas as movimentações e seus destinatários ou remetentes“, acrescentou o diário.

O Coaf também foi notificado pelo banco de transações que ocorreram após o período relacionado aos R$ 1,2 milhão. Entre janeiro e abril de 2017, Fabrício teria sacado, em 10 transações fracionadas, cerca de R$ 49 mil que poderiam “configurar uma possível tentativa de burla aos controles”.

Procurada pelo Estado, a assessoria de Bolsonaro não respondeu explicou o cheque à primeira-dama. Michelle também foi procurada mas ainda não se manifestou.

Flávio Bolsonaro mandou a assessoria de imprensa dizer ao jornal que conhece Fabrício há 10 anos, com quem nutre uma relação de amizade e confiança, e que, ao longo da parceria, não tomou conhecimento de fatos que “desabonem” o profissional.

Ainda de acordo com o deputado, Fabrício pediu a exoneração em outubro passado.

Como assessor parlamentar, ele recebia R$ 8,5 mil do gabinete de Flávio Bolsonaro. Além disso, ganhava mais R$ 12 mil de remuneração da Polícia Militar. A soma dos dois rendimentos, ao longo de 1 ano, dá menos de um quarto dos R$ 1,2 milhão classificados como suspeitos.

Procurado, Fabrício disse que não sabe de nada sobre o assunto.

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