Redação Pragmatismo
São Paulo 05/Mar/2018 às 17:09 COMENTÁRIOS
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Shopping amarra corujas pelos pés em "tortura-espetáculo" e é alvo de protestos

Publicado em 05 Mar, 2018 às 17h09

Shopping de SP amarra corujas vivas pelos pés em "tortura-espetáculo" e é alvo de protestos. O estabelecimento confirmou a denúncia, mas tentou se eximir de culpa. Animais só foram retirados após repercussão negativa

Shopping amarra corujas tortura-espetáculo protestos

Quatro corujas que integravam a exposição “Casa dos Bruxos”, que traz ambientes temáticos inspirados no universo da saga “Harry Potter“, foram retiradas da mostra no shopping Eldorado, zona oeste de São Paulo.

A decisão foi tomada após repercussão nas redes sociais nesta quarta (28). A apresentadora e ativista Luisa Mell publicou uma postagem afirmando que soube, pelo contato de uma seguidora, que as corujas estavam presas e amarradas pelos pés. De acordo com a atriz, ela confirmou ao ligar no shopping que os animais silvestres eram exibidos de terça a domingo, das 10h às 22h, o que classificou como “crueldade” e “maus-tratos”.

O espaço montado no estabelecimento comercial na última semana recria diversos locais emblemáticos da história de J. K. Rowling. Os participantes podem entrar e explorar ambientes como a sala da casa dos Dursley, os tios “trouxas” do bruxinho, a biblioteca e a sala de aula da escola de magia Hogwarts. Há também uma loja com produtos licenciados da franquia.

Outro lado

De acordo com a assessoria da “Casa dos Bruxos”, as quatro corujas que estavam no local são de criador autorizado pelo Ibama. Em nota, a assessoria afirmou que os animais tinham permissão para participar de eventos como o citado, eram alimentados antes de entrar na mostra e ficavam em um ambiente escuro e adequado. Os visitantes eram alertados para não usar flash, que poderia incomodá-los, e também não podiam tocar nas aves.

O shopping Eldorado informou em nota que, após a apuração da denúncia de maus-tratos pelo responsável da exposição “Casa dos Bruxos”, as corujas foram retiradas e não voltarão a participar do evento. A nota diz também que o estabelecimento se comprometeu a aumentar a rigidez de sua fiscalização em eventos próprios ou de terceiros nas dependências de seus empreendimentos, e que não autoriza ou apoia exploração animal, maus-tratos ou qualquer conduta que não condiz com os valores praticados pela empresa.

Animais e Arte

Essa não é a primeira vez que o uso de animais vivos em exposições e obras de arte causa repercussão.

Em 2010, a obra “Bandeira Branca”, do artista Nuno Ramos, confinou três urubus no vão central da Bienal. Após protestos de coletivos de proteção animal, a Justiça chegou a determinar a retirada das aves. O assunto foi, inclusive, citado no tema da redação da Fuvest deste ano, que tratou de “polêmicas sobre os limites da arte”.

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Folhapress

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